Exercícios para auto avaliação - 9 ano
I- Parte Questões Dissertativas - Primeira Guerra Mundial .
1- Explique o chamado período de Paz Armada (1871-1914) na Europa.
2- Cite os países membros da Tríplice Aliança e da Tríplice Entente no contexto pré-Primeira Guerra Mundial.
3- Explique as principais rivalidades européias antes da Primeira Guerra.
4- Qual foi o principal motivo que levou os mais diversos países a iniciarem a 1ª Grande Guerra?
5- Qual foi o fato histórico (causa imediata) que provocou o início da Primeira Guerra em 1914?
6- Cite as principais conseqüências da Primeira Guerra Mundial.
II-Parte - Questões Objetivas
1 – Considerando a influência do Imperialismo no contexto da Primeira Guerra (1914-1918), podemos apontar que são fatores que o justificam, EXCETO:
a) a necessidade de controlar regiões produtoras de matérias-primas essenciais à indústria capitalista.
b) a ideologia da superioridade racial dos povos europeus que levariam aos “povos atrasados” os benefícios da civilização superior.
c) a conquista de pontos estratégicos para defesa de colônias existentes ou da própria metrópole.
d) a necessidade de exportar capitais para áreas pobres do mundo, no sentido de ajudá-las a superar seu atraso econômico.
e) a retração dos mercados europeus, após a crise que impulsionou a Europa e EUA a buscar mercados consumidores.
2 - Através de acordos as principais nações européias reconheceram a autonomia do Marrocos. Em abril de 1914, a França e a Inglaterra estabelecem bilateralmente a chamada “Entente Cordiale”, através da qual a Grã-Bretanha teria total liberdade de ação no Egito, enquanto à França era entregue o Marrocos. Pelo exposto, é CORRETO afirmar que, no período em questão:
a) habitualmente os interesses dos povos dominados representavam um fator de peso nas decisões tomadas pelas nações imperialistas.
b) apesar dos dispositivos de caráter internacional, a ação política das potências antes da Primeira Guerra era norteada pela força e pelo arbítrio.
c) era comum que os atritos entre os países europeus fossem superados através de uma arbitragem imparcial e inquestionável.
d) tornou-se fundamental garantir a ordem internacional, deslocando-se o poder para os Estados Unidos, país alheio aos problemas europeus.
e) a existência de um organismo supranacional possibilitou que os princípios do direito internacional fossem efetivamente respeitados.
3 - O Imperialismo, ocorrido no séc. XIX, tinha como objetivos, EXCETO:
a) desenvolver o capitalismo industrial.
b) garantir mercado consumidor.
c) buscar matérias-primas básicas na África e Ásia.
d) exercer o domínio político e econômico na África e na Ásia.
4 - A expansão neocolonial do final do século XIX pode ser associada a:
a) busca de novas oportunidades de investimentos lucrativos para o capital excedente nos países industriais.
b) atração pelo entesouramento permitido pela conquista de regiões com jazidas de metais preciosos.
c) necessidade de expansão da influência da Igreja Católica frente ao aumento dos seguidores da Reforma.
d) divisão internacional do trabalho entre produtores de matérias primas e consumidores de produtos industrializados.
5) Qual é o objetivo das Alianças Militares formadas no contexto da “Paz Armada”?
a) garantir mercados consumidores e fornecedores de matéria prima.
b) era garantir maior poder bélico e político, para contra atacar países rivais e também para defender países aliados.
c) exercitar o poder político e econômico na África e Ásia.
d) apaziguar os atritos entre os países europeus através de uma arbitragem imparcial e justa.
e) criar uma série de determinações, visando enfraquecer o poder das potencias imperialista na Europa.
6) Assinale o fato que serviu de estopim para deflagrar a Primeira Guerra Mundial.
a) A assinatura do Tratado de Versalhes que tinha por base culpar os alemães pela corrida armamentista.
b) O revanchismo francês que não conseguiu superar a perda de territórios da Alsácia e Lorene para a Alemanha.
c) A deposição do czar da Rússia em virtude da Revolução Russa provocou revolta e reação dos demais paises europeus.
d) Em 28/6/1914, o arquiduque Francisco Ferdinando foi assassinado por um grupo de terroristas intitulado “Mão Negra”.
e) O forte temor dos Estados Unidos em perder seus investimentos na Europa devido a ascensão da Alemanha.
7) A 1ª Guerra Mundial abalou as estruturas do mundo no inicio do século. O conflito era pressentido nos anos que o antecederam. Quais fatos indicavam que a guerra era inevitável?
a ) A política de alianças, o socialismo a disputa por mercados consumidores.
b ) O assassinato de Francisco Ferdinando, a política de alianças, a crise do capitalismo em 1929.
c ) A corrida armamentista, a política colonial e a disputa por mercados consumidores.
d ) A corrida armamentista, o nacionalismo e a crise do capitalismo em 1929.
e ) A corrida armamentista, a política de alianças, o revanchismo entre as nações e a disputa por mercados consumidores.
8) Quais os dois acontecimentos que definiram o desfecho da guerra a partir de 1917 ?
a) A saída da Rússia e entrada dos Estados Unidos no conflito.
b) A propagação do conflito as demais nações do globo e entrada dos Estados Unidos no conflito.
c) A saída da Rússia e a entrada da Itália no conflito.
d) A propagação dos ideais republicanos na França e a entrada dos Estados Unidos na guerra.
e) Os Estados Unidos retiram-se do conflito devido ao processo revolucionário que acontecia na Rússia e a guerra Fria.
9- Ao final da Guerra podemos afirmar que:
a) Os EUA consolida-se como grande potencia mundial e o enfraquecimento das antigas potencias européias.
b) A Rússia consolida-se como superpotencia européia devido a Revolução Russa e rivaliza com os EUA o poderio militar mundial.
c) A Alemanha apesar de ter perdido a guerra ainda matem sua condição de império e a Inglaterra perde suas colônias na África.
d) O mapa político da Europa é pouco modificado em virtude da manutenção da antiga ordem colonial.
e) O Tratado de Versalhes representou um justo acordo entre vencidos e vencedores.
quinta-feira, 24 de março de 2011
terça-feira, 22 de março de 2011
Frase de D. Pedro II
"Se não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro".
D. Pedro II
sexta-feira, 18 de março de 2011
Imperialismo ou neocolonialismo
Imperialismo e Neocolonialismo
História do Imperialismo e Neocolonialismo
Na segunda metade do século XIX, países europeus como a Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica e Itália, eram considerados grandes potências industriais. Na América, eram os Estados Unidos quem apresentavam um grande desenvolvimento no campo industrial. Todos estes países exerceram atitudes imperialistas, pois estavam interessados em formar grandes impérios econômicos, levando suas áreas de influência para outros continentes.
Com o objetivo de aumentarem sua margem de lucro e também de conseguirem um custo consideravelmente baixo, estes países se dirigiram à África, Ásia e Oceania, dominando e explorando estes povos. Não muito diferente do colonialismo dos séculos XV e XVI, que utilizou como desculpa a divulgação do cristianismo; o neocolonialismo do século XIX usou o argumento de levar o progresso da ciência e da tecnologia ao mundo.
Na verdade, o que estes países realmente queriam era o reconhecimento industrial internacional, e, para isso, foram em busca de locais onde pudessem encontrar matérias primas e fontes de energia. Os países escolhidos foram colonizados e seus povos desrespeitados. Um exemplo deste desrespeito foi o ponto culminante da dominação neocolonialista, quando países europeus dividiram entre si os territórios africano e asiático, sem sequer levar em conta as diferenças éticas e culturais destes povos.
Devido ao fato de possuírem os mesmo interesses, os colonizadores lutavam entre si para se sobressaírem comercialmente. O governo dos Estados Unidos, que já colonizava a América Latina, ao perceber a importância de Cuba no mercado mundial, invadiu o território, que, até então, era dominado pela Espanha. Após este confronto, as tropas espanholas tiveram que ceder lugar às tropas norte-americanas. Em 1898, as tropas espanholas foram novamente vencidas pelas norte-americanas, e, desta vez, a Espanha teve que ceder as Filipinas aos Estados Unidos.
Um outro ponto importante a se estudar sobre o neocolonialismo, é à entrada dos ingleses na China, ocorrida após a derrota dos chineses durante a Guerra do Ópio (1840-1842). Esta guerra foi iniciada pelos ingleses após as autoridades chinesas, que já sabiam do mal causado por esta substância, terem queimado uma embarcação inglesa repleta de ópio. Depois de ser derrotada pelas tropas britânicas, a China, foi obrigada a assinar o Tratado de Nanquim, que favorecia os ingleses em todas as clausulas. A dominação britânica foi marcante por sua crueldade e só teve fim no ano de 1949, ano da revolução comunista na China.
Como conclusão, pode-se afirmar que os colonialistas do século XIX, só se interessavam pelo lucro que eles obtinham através do trabalho que os habitantes das colônias prestavam para eles. Eles não se importavam com as condições de trabalho e tampouco se os nativos iriam ou não sobreviver a esta forma de exploração desumana e capitalista. Foi somente no século XX que as colônias conseguiram suas independências, porém herdaram dos europeus uma série de conflitos e países marcados pela exploração, subdesenvolvimento e dificuldades políticas.
Imperialismo; o novo colonialismo partilha África e Ásia relacionado com o colonialismo.
A colonização portuguesa e espanhola do século XVI havia se limitado à América. Com raras exceções, as terras africanas e asiáticas não foram ocupadas. Ali, os europeus limitaram-se ao comércio, principalmente o de especiarias. Por isso, no século XIX, havia grandes extensões de terras desconhecidas nos dois continentes, que Portugal e Espanha não tinham condições de explorar. Começou então nova corrida colonial de outras potências européias, sobretudo as que haviam passado por uma transformação industrial, como Inglaterra, Bélgica, França, Alemanha e Itália.
quinta-feira, 17 de março de 2011
O Brasil na primeira Guerra Mundial
O Brasil na Primeira Guerra Mundial
A participação brasileira na 1ª Guerra Mundial, como a guerra beneficiou a economia brasileira
Brasil na Primeira Guerra Mundial: missões de patrulhamento no Oceano Atlântico
Participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) envolveu a participação de muitos países e o Brasil não ficou de fora deste contexto.
Nos três primeiros anos da guerra, o Brasil permaneceu neutro. Porém, em 5 de abril de 1917, um submarino alemão atacou um navio brasileiro (vapor Paraná da Marinha Mercante) carregado de café. Neste ataque, próximo ao litoral francês, três brasileiros foram mortos. Em 20 de maio, outro navio brasileiro, agora o Tijuca, navegando em águas francesas, foi torpedeado por um submarino alemão. Estes fatos foram o estopim para a entrada do Brasil no conflito.
O Brasil declarou guerra aos países da Tríplice Aliança (Alemanha e Império Austro-Húngaro) em 1 de junho de1917. Porém, o Brasil não enviou soldados para os campos de batalha na Europa. Desta forma, nenhum militar brasileiro foi morto durante o conflito armado mundial.
O Brasil participou enviando medicamentos e equipes de assistência médica para ajudar os feridos da Tríplice Entente (Reino Unido, França, Rússia e Estados Unidos)..Também participou realizando missões de patrulhamento no Oceano Atlântico, utilizando embarcações militares.
Os benefícios da Primeira Guerra para a economia brasileira
Durante os quatro anos da Primeira Guerra, os países europeus envolvidos no conflito voltaram a produção de suas indústrias para a fabricação de armamentos e equipamentos para os soldados. Desta forma, O Brasil ficou sem opções para importar produtos manufaturados da Europa. Ricos cafeicultores brasileiros, aproveitaram o momento e investiram capital acumulado nas indústrias, favorecendo assim a industrialização do Brasil.
O Brasil também lucrou muito exportando matérias-primas para os países em guerra como, por exemplo e principalmente, a borracha. Também exportou muitos produtos agrícolas (café, cacau e açúcar).
Fonte: http://www.suapesquisa.com/primeiraguerra/
A participação brasileira na 1ª Guerra Mundial, como a guerra beneficiou a economia brasileira
Brasil na Primeira Guerra Mundial: missões de patrulhamento no Oceano Atlântico
Participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) envolveu a participação de muitos países e o Brasil não ficou de fora deste contexto.
Nos três primeiros anos da guerra, o Brasil permaneceu neutro. Porém, em 5 de abril de 1917, um submarino alemão atacou um navio brasileiro (vapor Paraná da Marinha Mercante) carregado de café. Neste ataque, próximo ao litoral francês, três brasileiros foram mortos. Em 20 de maio, outro navio brasileiro, agora o Tijuca, navegando em águas francesas, foi torpedeado por um submarino alemão. Estes fatos foram o estopim para a entrada do Brasil no conflito.
O Brasil declarou guerra aos países da Tríplice Aliança (Alemanha e Império Austro-Húngaro) em 1 de junho de1917. Porém, o Brasil não enviou soldados para os campos de batalha na Europa. Desta forma, nenhum militar brasileiro foi morto durante o conflito armado mundial.
O Brasil participou enviando medicamentos e equipes de assistência médica para ajudar os feridos da Tríplice Entente (Reino Unido, França, Rússia e Estados Unidos)..Também participou realizando missões de patrulhamento no Oceano Atlântico, utilizando embarcações militares.
Os benefícios da Primeira Guerra para a economia brasileira
Durante os quatro anos da Primeira Guerra, os países europeus envolvidos no conflito voltaram a produção de suas indústrias para a fabricação de armamentos e equipamentos para os soldados. Desta forma, O Brasil ficou sem opções para importar produtos manufaturados da Europa. Ricos cafeicultores brasileiros, aproveitaram o momento e investiram capital acumulado nas indústrias, favorecendo assim a industrialização do Brasil.
O Brasil também lucrou muito exportando matérias-primas para os países em guerra como, por exemplo e principalmente, a borracha. Também exportou muitos produtos agrícolas (café, cacau e açúcar).
Fonte: http://www.suapesquisa.com/primeiraguerra/
Primeira Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918)
História da Primeira Guerra Mundial, antecedentes, conflitos econômicos, concorrência industrial e comercial, Tríplice Aliança e Tríplice Entente, as trincheiras, participação das mulheres, novas tecnologias, Tratado de Versalhes, conseqüências.
Avião de combate da Primeira Guerra Mundial
Antecedentes
Vários problemas atingiam as principais nações européias no início do século XX. O século anterior havia deixado feridas difíceis de curar. Alguns países estavam extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado de fora no processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande mercado consumidor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada uma das causas da Grande Guerra.
Vale lembrar também que no início do século XX havia uma forte concorrência comercial entre os países europeus, principalmente na disputa pelos mercados consumidores. Esta concorrência gerou vários conflitos de interesses entre as nações. Ao mesmo tempo, os países estavam empenhados numa rápida corrida armamentista, já como uma maneira de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo. Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo entre os países, onde um tentava se armar mais do que o outro.
Existia também, entre duas nações poderosas da época, uma rivalidade muito grande. A França havia perdido, no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena para a Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O revanchismo francês estava no ar, e os franceses esperando uma oportunidade para retomar a rica região perdida.
O pan-germanismo e o pan-eslavismo também influenciou e aumentou o estado de alerta na Europa. Havia uma forte vontade nacionalista dos germânicos em unir, em apenas uma nação, todos os países de origem germânica. O mesmo acontecia com os países eslavos.
O início da Grande Guerra
O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). As investigações levaram ao criminoso, um jovem integrante de um grupo Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência da Áustria-Hungria na região dos Balcãs. O império austro-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra à Servia.
Política de Alianças
Os países europeus começaram a fazer alianças políticas e militares desde o final do século XIX. Durante o conflito mundial estas alianças permaneceram. De um lado havia a Tríplice Aliança formada em 1882 por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha ( a Itália passou para a outra aliança em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, formada em 1907, com a participação de França, Rússia e Reino Unido.
O Brasil também participou, enviando para os campos de batalha enfermeiros e medicamentos para ajudar os países da Tríplice Entente.
Desenvolvimento.
As batalhas desenvolveram-se principalmente em trincheiras. Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de dias entrincheirados, lutando pela conquista de pequenos pedaços de território. A fome e as doenças também eram os inimigos destes guerreiros. Nos combates também houve a utilização de novas tecnologias bélicas como, por exemplo, tanques de guerra e aviões. Enquanto os homens lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas indústrias bélicas como empregadas.
Fim do conflito
Em 1917 ocorreu um fato histórico de extrema importância : a entrada dos Estados Unidos no conflito. Os EUA entraram ao lado da Tríplice Entente, pois havia acordos comerciais a defender, principalmente com Inglaterra e França. Este fato marcou a vitória da Entente, forçando os países da Aliança a assinarem a rendição. Os derrotados tiveram ainda que assinar o Tratado de Versalhes que impunha a estes países fortes restrições e punições. A Alemanha teve seu exército reduzido, sua indústria bélica controlada, perdeu a região do corredor polonês, teve que devolver à França a região da Alsácia Lorena, além de ter que pagar os prejuízos da guerra dos países vencedores. O Tratado de Versalhes teve repercussões na Alemanha, influenciando o início da Segunda Guerra Mundial.
A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de mortos, o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas, destruiu indústrias, além de gerar grandes prejuízos econômicos.
Fonte: http://www.suapesquisa.com/primeiraguerra/
História da Primeira Guerra Mundial, antecedentes, conflitos econômicos, concorrência industrial e comercial, Tríplice Aliança e Tríplice Entente, as trincheiras, participação das mulheres, novas tecnologias, Tratado de Versalhes, conseqüências.
Avião de combate da Primeira Guerra Mundial
Antecedentes
Vários problemas atingiam as principais nações européias no início do século XX. O século anterior havia deixado feridas difíceis de curar. Alguns países estavam extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado de fora no processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande mercado consumidor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada uma das causas da Grande Guerra.
Vale lembrar também que no início do século XX havia uma forte concorrência comercial entre os países europeus, principalmente na disputa pelos mercados consumidores. Esta concorrência gerou vários conflitos de interesses entre as nações. Ao mesmo tempo, os países estavam empenhados numa rápida corrida armamentista, já como uma maneira de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo. Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo entre os países, onde um tentava se armar mais do que o outro.
Existia também, entre duas nações poderosas da época, uma rivalidade muito grande. A França havia perdido, no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena para a Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O revanchismo francês estava no ar, e os franceses esperando uma oportunidade para retomar a rica região perdida.
O pan-germanismo e o pan-eslavismo também influenciou e aumentou o estado de alerta na Europa. Havia uma forte vontade nacionalista dos germânicos em unir, em apenas uma nação, todos os países de origem germânica. O mesmo acontecia com os países eslavos.
O início da Grande Guerra
O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). As investigações levaram ao criminoso, um jovem integrante de um grupo Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência da Áustria-Hungria na região dos Balcãs. O império austro-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra à Servia.
Política de Alianças
Os países europeus começaram a fazer alianças políticas e militares desde o final do século XIX. Durante o conflito mundial estas alianças permaneceram. De um lado havia a Tríplice Aliança formada em 1882 por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha ( a Itália passou para a outra aliança em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, formada em 1907, com a participação de França, Rússia e Reino Unido.
O Brasil também participou, enviando para os campos de batalha enfermeiros e medicamentos para ajudar os países da Tríplice Entente.
Desenvolvimento.
As batalhas desenvolveram-se principalmente em trincheiras. Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de dias entrincheirados, lutando pela conquista de pequenos pedaços de território. A fome e as doenças também eram os inimigos destes guerreiros. Nos combates também houve a utilização de novas tecnologias bélicas como, por exemplo, tanques de guerra e aviões. Enquanto os homens lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas indústrias bélicas como empregadas.
Fim do conflito
Em 1917 ocorreu um fato histórico de extrema importância : a entrada dos Estados Unidos no conflito. Os EUA entraram ao lado da Tríplice Entente, pois havia acordos comerciais a defender, principalmente com Inglaterra e França. Este fato marcou a vitória da Entente, forçando os países da Aliança a assinarem a rendição. Os derrotados tiveram ainda que assinar o Tratado de Versalhes que impunha a estes países fortes restrições e punições. A Alemanha teve seu exército reduzido, sua indústria bélica controlada, perdeu a região do corredor polonês, teve que devolver à França a região da Alsácia Lorena, além de ter que pagar os prejuízos da guerra dos países vencedores. O Tratado de Versalhes teve repercussões na Alemanha, influenciando o início da Segunda Guerra Mundial.
A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de mortos, o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas, destruiu indústrias, além de gerar grandes prejuízos econômicos.
Fonte: http://www.suapesquisa.com/primeiraguerra/
Resumo das oito cruzadas
Houve oito cruzadas “oficiais” e outras que não receberam o reconhecimento da Igreja ou da nobreza. A primeira destas cruzadas “extra-oficiais” foi a Cruzada de Pedro, o Eremita que, atendendo ao chamado do Papa, partiu à frente de 5000 camponeses, andarilhos e mendigos decidiram reconquistar Jerusalém. Atingiu Constantinopla em 1096, foram aconselhados pelos bizantinos a retornarem mas como não tinham esta intenção, e estavam causando desordens na cidade, os bizantinos os transportaram até a Ásia Menor onde foram massacrados pelos turcos. Outra dessas Cruzadas foi a “Cruzada das Crianças” de 1212 que teve um ramo francês e outro alemão. As crianças francesas se dirigiram à Paris onde sem o apoio do Rei acabaram recebendo a oferta de alguns navios para irem “libertar Jerusalém”. Enganados por cristãos foram vendidos em mercados de escravos muçulmanos do Egito. Em sua homenagem mandou-se erguer a Igreja dos Santos Inocentes. Os Cruzados alemães foram direção à Roma mas a nobreza e a igreja, temendo revoltas, insuflou a população contra as crianças que de libertadores passaram a ser tratados como bandidos. A maioria foi morreu ou foi vendida à prostíbulos.
Por ordem as Cruzadas oficiais foram:
- 1ª Cruzada (1095-99): Composta por grandes senhores, partiu sob os auspícios de Urbano II. Tomou dos muçulmanos uma parte da Ásia Menor e Jerusalém onde se fundaram reinos cristãos sob o modelo feudal. Fundam-se nesse momento as Ordens dos Templários e Hospitalários.
- 2ª Cruzada (1147-49): Congregou vários príncipes europeus, entre eles o Imperador Conrado II e o Rei Luís VII da França. Marcada pelos desentendimentos, terminou fracassando.
- 3ª Cruzada (1189-92): Uma das mais conhecidas, reuniu o Imperador Frederico, Barba Ruiva (que morreu afogado), o Rei Filipe Augusto da França e o Rei Ricardo Coração de Leão. Do outro lado os muçulmanos eram comandados por Saladino. O conflito entre os gênios militares (Saladino de um lado e Frederico e Ricardo do outro) deu aura romântica à esta Cruzada de batalhas sangrentas, negociações diplomáticas e traições. Não conquistaram a Terra Santa, mas conseguiram para os cristãos o direito a peregrinação.
- 4ª Cruzada (1202-04): Cruzada convocada pelo Papa Inocêncio III, marcada por interesses comerciais dos venezianos associados à nobreza, abandonou o objetivo de conquistar a Terra Santa e atacou Constantinopla. Fundou-se aí o Império Latino de Constantinopla.
- 5ª Cruzada (1217-21): Um fiasco, não passou do Egito. Foi dessa expedição que participou São Francisco de Assis.
- 6ª Cruzada (1228-29): Liderada pelo Imperador Frederico II, ao invés de guerrear com os árabes, negociou a liberação de Jerusalém e outros lugares sagrados cristãos para a peregrinação. Hábil negociador, o Imperador – que foi excomungado pelo Papa – conseguiu ser coroado rei de Jerusalém no Santo Sepulcro. Em 1244, os turcos desfizeram o tratado.
- 7ª Cruzada (1248-50): Luís IX, rei da França, tenta conquistar o Egito. Toma Damieta em 1249 mas seu exército é dizimado pelo tifo e o rei é feito prisioneiro. Depois de libertado retorna ao seu país.
- 8ª Cruzada (1270): Nova tentativa de Luís IX que acaba morrendo de tifo na Tunísia. Por causa de sua piedade e martírio Luís IX foi canonizado.
Considerações Finais – Afinal, para que serviram as Cruzadas?
Quais foram suas conseüências?
As Cruzadas não conseguiram o reconquistar a Terra Santa mas trouxeram muitas mudanças para a Europa.
Dinamizaram o comércio, permitiram um maior intercâmbio com o Oriente de onde vieram novos produtos agrícolas (cana-de-açúcar, arroz), técnicas de cultivo e de produção de tecidos. Os maiores beneficiados com a dinamização do comércio no mediterrâneo foram sem dúvida os italianos de Gênova e Veneza.
Enfraqueceu o Feudalismo. Os fracasso militares, o endividamento e a morte de muitos nobres permitiu o avanço do poder real e o enfraquecimento dos laços de servidão.
A intensificação do intercâmbio cultural com o Oriente (Islã e Bizâncio), além de trazer novas (e velhas) idéias para a Europa, auxiliou no “refinamento” da sociedade européia.
Houve a fundação de várias Ordens Militares, algumas delas, como a dos Cavaleiros Teutônicos, existem ainda hoje e teve uma grande atuação no leste Europeu, seja na evangelização seja na expansão dos interesses comerciais da Liga Hanseática.
A agressão dos cristãos acirrou a rivalidade com os muçulmanos que, por sua vez, começaram a diminuir a sua tolerância em relação aos cristãos.
Observação:
Antes mesmo dos cruzados partirem, registrou-se o aumento da violência contra os judeus que até então conviviam relativamente bem com os cristãos.
Por ordem as Cruzadas oficiais foram:
- 1ª Cruzada (1095-99): Composta por grandes senhores, partiu sob os auspícios de Urbano II. Tomou dos muçulmanos uma parte da Ásia Menor e Jerusalém onde se fundaram reinos cristãos sob o modelo feudal. Fundam-se nesse momento as Ordens dos Templários e Hospitalários.
- 2ª Cruzada (1147-49): Congregou vários príncipes europeus, entre eles o Imperador Conrado II e o Rei Luís VII da França. Marcada pelos desentendimentos, terminou fracassando.
- 3ª Cruzada (1189-92): Uma das mais conhecidas, reuniu o Imperador Frederico, Barba Ruiva (que morreu afogado), o Rei Filipe Augusto da França e o Rei Ricardo Coração de Leão. Do outro lado os muçulmanos eram comandados por Saladino. O conflito entre os gênios militares (Saladino de um lado e Frederico e Ricardo do outro) deu aura romântica à esta Cruzada de batalhas sangrentas, negociações diplomáticas e traições. Não conquistaram a Terra Santa, mas conseguiram para os cristãos o direito a peregrinação.
- 4ª Cruzada (1202-04): Cruzada convocada pelo Papa Inocêncio III, marcada por interesses comerciais dos venezianos associados à nobreza, abandonou o objetivo de conquistar a Terra Santa e atacou Constantinopla. Fundou-se aí o Império Latino de Constantinopla.
- 5ª Cruzada (1217-21): Um fiasco, não passou do Egito. Foi dessa expedição que participou São Francisco de Assis.
- 6ª Cruzada (1228-29): Liderada pelo Imperador Frederico II, ao invés de guerrear com os árabes, negociou a liberação de Jerusalém e outros lugares sagrados cristãos para a peregrinação. Hábil negociador, o Imperador – que foi excomungado pelo Papa – conseguiu ser coroado rei de Jerusalém no Santo Sepulcro. Em 1244, os turcos desfizeram o tratado.
- 7ª Cruzada (1248-50): Luís IX, rei da França, tenta conquistar o Egito. Toma Damieta em 1249 mas seu exército é dizimado pelo tifo e o rei é feito prisioneiro. Depois de libertado retorna ao seu país.
- 8ª Cruzada (1270): Nova tentativa de Luís IX que acaba morrendo de tifo na Tunísia. Por causa de sua piedade e martírio Luís IX foi canonizado.
Considerações Finais – Afinal, para que serviram as Cruzadas?
Quais foram suas conseüências?
As Cruzadas não conseguiram o reconquistar a Terra Santa mas trouxeram muitas mudanças para a Europa.
Dinamizaram o comércio, permitiram um maior intercâmbio com o Oriente de onde vieram novos produtos agrícolas (cana-de-açúcar, arroz), técnicas de cultivo e de produção de tecidos. Os maiores beneficiados com a dinamização do comércio no mediterrâneo foram sem dúvida os italianos de Gênova e Veneza.
Enfraqueceu o Feudalismo. Os fracasso militares, o endividamento e a morte de muitos nobres permitiu o avanço do poder real e o enfraquecimento dos laços de servidão.
A intensificação do intercâmbio cultural com o Oriente (Islã e Bizâncio), além de trazer novas (e velhas) idéias para a Europa, auxiliou no “refinamento” da sociedade européia.
Houve a fundação de várias Ordens Militares, algumas delas, como a dos Cavaleiros Teutônicos, existem ainda hoje e teve uma grande atuação no leste Europeu, seja na evangelização seja na expansão dos interesses comerciais da Liga Hanseática.
A agressão dos cristãos acirrou a rivalidade com os muçulmanos que, por sua vez, começaram a diminuir a sua tolerância em relação aos cristãos.
Observação:
Antes mesmo dos cruzados partirem, registrou-se o aumento da violência contra os judeus que até então conviviam relativamente bem com os cristãos.
As Cruzadas
AS CRUZADAS, foram expedições militares entre os séculos XI e XIII, com a intenção de libertar os SANTOS LUGARES das mãos dos muçulmanos, porem não alcançaram seus objetivos em sua totalidade.
Mas deixaram profundas marcas na política na economia e nas sociedades então.
No inicio do século VII os árabes haviam tomado Jerusalém, a cidade santa do cristianismo, no fim deste século os turcos tinham ocupado Jerusalém e perseguiam os cristãos, torturavam os peregrinos e não deixavam que chegassem ao santo sepulcro do redentor JESUS CRISTO.
No ano de 1095, o papa URBANO II , durante um concilio em Clermont (franca) falou aos bispos, aos padres e aos cavaleiros da situação dos santos lugares profanados pelos turcos, e apelou então para sua fidelidade, e na reconquista de JERUSALEM .
E no final do discurso relembrou as palavras de JESUS ,, renuncia a ti , toma da cruz e segue-me,, .
A multidão respondeu ,, DEUS O QUER, Três meses após o povo já se achava impaciente com a demora da formação do exercito, e cerca de 40 mil populares despraparados para uma guerra marcharam ao lado de PEDRO o eremita rumo a Jerusalém, e foram praticamente exterminados pelos Turcos, esta foi a primeira cruzada, que ficou conhecida como a cruzada popular. Depois houve entre outras a CRUZADA DOS SENHORES, que era um verdadeiro povo em marcha, cerca de um milhao de pessoas, sendo que não passavam de 300 mil os verdadeiros combatentes, depois de terriveis lutas pelos caminhos ate que avistaram a cidade santa ,depois de 3 anos da partida, não contavam mais que 40 mil , e no dia 15 de julho de 1099 atacaram a cidade santa e após tremendas lutas conseguiram conquista-la.
Mas o novo reino não durou muito pois os turcos retomaram a cidade, e sete novas cruzadas , a cruzada de são Bernardo que não conseguiu a vitoria, a terceira formada pôr soberanos de franca Alemanha e Inglaterra que chegou somente ate a palestina Quarta que se desviou para Constantinopla, a Quinta que também nada conseguiu e pôr fim a Sexta que era comandada pôr um soberano excomungado da igreja FREDERICO II da Alemanha obteve apenas um acordo de posse da cidade pôr 10 anos, depois ainda houve mais duas grandes cruzadas comandadas pôr SÃO LUIZ AUGUSTO, ( LUIS IX) soberano d franca na sua primeira tentativa foi feito prisioneiro pelos turcos mas foi libertado em troca de uma grande quantia de dinheiro.
A Segunda tentaram invadir a cidade de TUNIS e os expedicionários foram dizimados pôr uma peste, inclusive o rei piedoso , no ano de 1270. O nome as cruzadas eram conhecidas pelo nome de GESTA DEI PER FRANCOS, em portugues seria , feitos de DEUS pôr intermédio dos FRANCESES.
Mais sobre: As Cruzadas da Igreja
fonte: http://pt.shvoong.com/social-sciences/1852567-cruzadas-da-igreja/
quarta-feira, 16 de março de 2011
Pré História
Pré História e seus períodos
Paleolítico e Neolítico
Introdução
Podemos definir a pré-história como um período anterior ao aparecimento da escrita. Portanto, esse período é anterior há 4000 a.C, pois foi por volta deste ano que os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme.
Foi uma importante fase, pois o homem conseguiu vencer as barreiras impostas pela natureza e prosseguir com o desenvolvimento da humanidade na Terra. O ser humano foi desenvolvendo, aos poucos, soluções práticas para os problemas da vida. Com isso, inventando objetos e soluções a partir das necessidades. Ao mesmo tempo foi desenvolvendo uma cultura muito importante. Esse período pode ser dividido em três fases: Paleolítico, Mesolítico e Neolítico.
Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada
Nesta época, o ser humano habitava cavernas, muitas vezes tendo que disputar este tipo de habitação com animais selvagens. Quando acabavam os alimentos da região em que habitavam, as famílias tinham que migrar para uma outra região. Desta forma, o ser humano tinha uma vida nômade (sem habitação fixa). Vivia da caça de animais de pequeno, médio e grande porte, da pesca e da coleta de frutos e raízes. Usavam instrumentos e ferramentas feitos a partir de pedaços de ossos e pedras. Os bens de produção eram de uso e propriedade coletivas.
Paleolítico: Machado de madeira e pedra (reprodução)
Nesta fase, os seres humanos se comunicavam com uma linguagem pouco desenvolvida, baseada em pouca quantidade de sons, sem a elaboração de palavras. Uma das formas de comunicação eram as pinturas rupestres. Através deste tipo de arte, o homem trocava idéias e demonstrava sentimentos e preocupações cotidianas.
Mesolítico
Neste período intermediário, o homem conseguiu dar grandes passos rumo ao desenvolvimento e à sobrevivência de forma mais segura. O domínio do fogo foi o maior exemplo disto. Com o fogo, o ser humano pôde espantar os animais, cozinhar a carne e outros alimentos, iluminar sua habitação além de conseguir calor nos momentos de frio intenso. Outros dois grandes avanços foram o desenvolvimento da agricultura e a domesticação dos animais. Cultivando a terra e criando animais, o homem conseguiu diminuir sua dependência com relação a natureza. Com esses avanços, foi possível a sedentarização, pois a habitação fixa tornou-se uma necessidade.
Neste período ocorreu também a divisão do trabalho por sexo dentro das comunidades. Enquanto o homem ficou responsável pela proteção e sustento das famílias, a mulher ficou encarregada de criar os filhos e cuidar da habitação.
Neolítico ou Idade da Pedra Polida
Nesta época o homem atingiu um importante grau de desenvolvimento e estabilidade. Com a sedentarização, a criação de animais e a agricultura em pleno desenvolvimento, as comunidades puderam trilhar novos caminhos. Um avanço importante foi o desenvolvimento da metalurgia. Criando objetos de metais, tais como, lanças, ferramentas e machados, os homens puderam caçar melhor e produzir com mais qualidade e rapidez. A produção de excedentes agrícolas e sua armazenagem, garantiam o alimento necessário para os momentos de seca ou inundações. Com mais alimentos, as comunidades foram crescendo e logo surgiu a necessidade de trocas com outras comunidades. Foi nesta época que ocorreu um intenso intercâmbio entre vilas e pequenas cidades. A divisão de trabalho, dentro destas comunidades, aumentou ainda mais, dando origem ao trabalhador especializado.
Conceitos:
Paleolítico: do grego paleo = antiga e lithos = pedra
Pinturas Rupestres: pintura realizada nas paredes/rochas das cavernas pelos hominídeos no paleolítico superior, simbolizava um melhor sucesso durante as caçadas.
Neolítico: do grego neo = nova e lithos = pedra
Conceitos básicos:
Das sociedades caçadoras e coletoras às primeiras sociedades produtoras
Hominização: Lento processo de evolução física e intelectual do homem. O ser humano na fase de hominização designa-se por hominídeo.
Paleolítico: Período da vida da Humanidade em que os seres humanos faziam de pedra lascada os seus principais instrumentos.
Arqueologia: Ciência que estuda o passado através da pesquisa e interpretação de vestígios materiais eoutros documentos.
Fontes históricas: designação dos vestígios que testemunham a presença dos seres humanos de épocas passadas, em determinados locais.
Economia recolectora: forma de vida das populações que se limitam a recolher da natureza os alimentos que necessitam para sobreviver.
Nomadismo: sistema de vida das populações que têm necessidade de se deslocar constantemente à procura de alimentos.
Crescimento populacional:aumento da população existente num lugar, numa região, num país ou no Mundo.
Ritos mágicos: processos sobrenaturais que o Homem utiliza como tentattiva de dominar a Natureza. Exemplos: gritos, danças, gestos, pinturas, etc.
Arte rupestre ou parietal: pinturas e gravuras feitas sobre pedra, geralamente nos tectos e paredes das grutas, ou ao ar livre.
Mesolítico: Período de transição entre o Paleolítico e o Neolítico.
Sedentarização: fixação permanente de um grupo humano num determinado local.
Crescente Fértil:região do Oriente Médio compreendendo os actuais Israel, Cisjordânia e Líbano bem como partes da Jordânia, da Síria, do Iraque, do Egipto e do sudeste da Turquia. O termo « Crescente Fértil » foi criado em referência ao fato de o arco formado pelas diferentes zonas assemelhar-se a uma Lua crescente. Esta região é irrigada pelo Jordão, pelo Eufrates, pelo Tigre e pelo Nilo.
Neolítico:Período da Humanidade em que os seres humanos usavam já instrumentos em pedra polida. (neo=nvo+ Litos=pedra)
Economia de produção:forma de vida emque os seres humanos já sabem produzir os alimentos de que necessitam para a sua alimentação, cultivando a terra (agricultura) e domesticando os animais (pastorícia).
Revolução neolítica:conjunto de transformações que se verificaram no período do neolítico.
Aldeamentos:primeiras formas de povoamento quando, no Neolítico, surgiu a agricultura e a sedentarização.
Divisão do trabalho:método de produção em que cada trabalhador se especializa numa função.
Megálitos: monumentos megalíticos constituídos por grandes pedras.
Paleolítico e Neolítico
Introdução
Podemos definir a pré-história como um período anterior ao aparecimento da escrita. Portanto, esse período é anterior há 4000 a.C, pois foi por volta deste ano que os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme.
Foi uma importante fase, pois o homem conseguiu vencer as barreiras impostas pela natureza e prosseguir com o desenvolvimento da humanidade na Terra. O ser humano foi desenvolvendo, aos poucos, soluções práticas para os problemas da vida. Com isso, inventando objetos e soluções a partir das necessidades. Ao mesmo tempo foi desenvolvendo uma cultura muito importante. Esse período pode ser dividido em três fases: Paleolítico, Mesolítico e Neolítico.
Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada
Nesta época, o ser humano habitava cavernas, muitas vezes tendo que disputar este tipo de habitação com animais selvagens. Quando acabavam os alimentos da região em que habitavam, as famílias tinham que migrar para uma outra região. Desta forma, o ser humano tinha uma vida nômade (sem habitação fixa). Vivia da caça de animais de pequeno, médio e grande porte, da pesca e da coleta de frutos e raízes. Usavam instrumentos e ferramentas feitos a partir de pedaços de ossos e pedras. Os bens de produção eram de uso e propriedade coletivas.
Paleolítico: Machado de madeira e pedra (reprodução)
Nesta fase, os seres humanos se comunicavam com uma linguagem pouco desenvolvida, baseada em pouca quantidade de sons, sem a elaboração de palavras. Uma das formas de comunicação eram as pinturas rupestres. Através deste tipo de arte, o homem trocava idéias e demonstrava sentimentos e preocupações cotidianas.
Mesolítico
Neste período intermediário, o homem conseguiu dar grandes passos rumo ao desenvolvimento e à sobrevivência de forma mais segura. O domínio do fogo foi o maior exemplo disto. Com o fogo, o ser humano pôde espantar os animais, cozinhar a carne e outros alimentos, iluminar sua habitação além de conseguir calor nos momentos de frio intenso. Outros dois grandes avanços foram o desenvolvimento da agricultura e a domesticação dos animais. Cultivando a terra e criando animais, o homem conseguiu diminuir sua dependência com relação a natureza. Com esses avanços, foi possível a sedentarização, pois a habitação fixa tornou-se uma necessidade.
Neste período ocorreu também a divisão do trabalho por sexo dentro das comunidades. Enquanto o homem ficou responsável pela proteção e sustento das famílias, a mulher ficou encarregada de criar os filhos e cuidar da habitação.
Neolítico ou Idade da Pedra Polida
Nesta época o homem atingiu um importante grau de desenvolvimento e estabilidade. Com a sedentarização, a criação de animais e a agricultura em pleno desenvolvimento, as comunidades puderam trilhar novos caminhos. Um avanço importante foi o desenvolvimento da metalurgia. Criando objetos de metais, tais como, lanças, ferramentas e machados, os homens puderam caçar melhor e produzir com mais qualidade e rapidez. A produção de excedentes agrícolas e sua armazenagem, garantiam o alimento necessário para os momentos de seca ou inundações. Com mais alimentos, as comunidades foram crescendo e logo surgiu a necessidade de trocas com outras comunidades. Foi nesta época que ocorreu um intenso intercâmbio entre vilas e pequenas cidades. A divisão de trabalho, dentro destas comunidades, aumentou ainda mais, dando origem ao trabalhador especializado.
Conceitos:
Paleolítico: do grego paleo = antiga e lithos = pedra
Pinturas Rupestres: pintura realizada nas paredes/rochas das cavernas pelos hominídeos no paleolítico superior, simbolizava um melhor sucesso durante as caçadas.
Neolítico: do grego neo = nova e lithos = pedra
Conceitos básicos:
Das sociedades caçadoras e coletoras às primeiras sociedades produtoras
Hominização: Lento processo de evolução física e intelectual do homem. O ser humano na fase de hominização designa-se por hominídeo.
Paleolítico: Período da vida da Humanidade em que os seres humanos faziam de pedra lascada os seus principais instrumentos.
Arqueologia: Ciência que estuda o passado através da pesquisa e interpretação de vestígios materiais eoutros documentos.
Fontes históricas: designação dos vestígios que testemunham a presença dos seres humanos de épocas passadas, em determinados locais.
Economia recolectora: forma de vida das populações que se limitam a recolher da natureza os alimentos que necessitam para sobreviver.
Nomadismo: sistema de vida das populações que têm necessidade de se deslocar constantemente à procura de alimentos.
Crescimento populacional:aumento da população existente num lugar, numa região, num país ou no Mundo.
Ritos mágicos: processos sobrenaturais que o Homem utiliza como tentattiva de dominar a Natureza. Exemplos: gritos, danças, gestos, pinturas, etc.
Arte rupestre ou parietal: pinturas e gravuras feitas sobre pedra, geralamente nos tectos e paredes das grutas, ou ao ar livre.
Mesolítico: Período de transição entre o Paleolítico e o Neolítico.
Sedentarização: fixação permanente de um grupo humano num determinado local.
Crescente Fértil:região do Oriente Médio compreendendo os actuais Israel, Cisjordânia e Líbano bem como partes da Jordânia, da Síria, do Iraque, do Egipto e do sudeste da Turquia. O termo « Crescente Fértil » foi criado em referência ao fato de o arco formado pelas diferentes zonas assemelhar-se a uma Lua crescente. Esta região é irrigada pelo Jordão, pelo Eufrates, pelo Tigre e pelo Nilo.
Neolítico:Período da Humanidade em que os seres humanos usavam já instrumentos em pedra polida. (neo=nvo+ Litos=pedra)
Economia de produção:forma de vida emque os seres humanos já sabem produzir os alimentos de que necessitam para a sua alimentação, cultivando a terra (agricultura) e domesticando os animais (pastorícia).
Revolução neolítica:conjunto de transformações que se verificaram no período do neolítico.
Aldeamentos:primeiras formas de povoamento quando, no Neolítico, surgiu a agricultura e a sedentarização.
Divisão do trabalho:método de produção em que cada trabalhador se especializa numa função.
Megálitos: monumentos megalíticos constituídos por grandes pedras.
Escravismo colonial
O escravismo colonial
A escravidão existia na África muito antes da chegada dos europeus, sancionada pelas leis e pelos costumes das várias regiões desse continente. O sofrimento, imposto pelo tráfico negreiro, começava em terras africanas, antes mesmo de os cativos serem embarcados nos navios negreiros.
No primeiro século da escravidão, os índios representaram a principal mão de obra nas atividades econômicas da América Portuguesa.
Gradativamente, foram sendo substituídos pelos africanos, que se tornaram, como disse um cronista da época, “as mãos e os pés” dos senhores. Entre o final do século XVI e as últimas décadas do século XIX, os escravos negros tornaram-se a mão de obra por excelência da América Portuguesa.
A economia agroexportadora necessitava, para sua realização, de grandes extensões de terra, especialmente de um só produto e mão de obra compulsória. A disponibilidade de terras na América Portuguesa poderia gerar, se houvesse a predominância do trabalho livre, o trabalho familiar, o minifúndio, estatutos incompatíveis com as necessidades de exportação agrícola da metrópole. Assim, o trabalho escravo completava o latifúndio e a monocultura, imprescindíveis para o sucesso da economia agroexportadora implantada na América Portuguesa.
A substituição do trabalho indígena pelo trabalho escravo africano pode ser explicada por uma série de fatores. A metrópole possuía o monopólio do tráfico negreiro, e os traficantes portugueses trataram de convencer os proprietários de terras que os negros eram melhores trabalhadores que os indígenas. A Igreja ajudou bastante nesse trabalho de convencimento, uma vez que condenava a escravidão indígena. Por isso, gradativamente, a mão de obra tornou-se preponderante nas atividades econômicas da América Portuguesa.
Os indígenas também continuaram trabalhando sob a vigilância e o comando dos jesuítas nas chamadas reduções, onde se exploravam as drogas do sertão – pimenta, cravos e outras especiarias – em especial na região norte da América Portuguesa. Foram também utilizados nas áreas de criação de gado e na exploração de terras minerais.
Ser escravo na América Portuguesa
Os escravos negros foram empregados, no Brasil, nas mais diversas atividades.
Nas áreas de produção de açúcar, os negros cuidavam do plantio da cana, da limpeza dos canaviais, retirando as ervas daninhas, da colheita, do transporte da cana dos canaviais às moendas, das fornalhas e das caldeiras nos engenhos.
O engenho funcionava durante o dia e à noite. Alguns escravos trabalhavam exclusivamente no setor fabril do engenho. Outros se dedicavam, de dia, ao trabalho nos canaviais e, à noite, nas moendas que funcionavam dezoito a vinte horas por dia, interrompendo seu funcionamento apenas para a limpeza do maquinário. Era nesse curto espaço de tempo que os escravos descansavam.
Entretanto, não foi só nas plantations açucareiras que predominou o trabalho escravo negro. Eles foram também escravos domésticos, servindo seus senhores em suas casas, dedicaram-se ao trabalho de criação de gado e em todos as atividades para as quais fossem requisitados.
Na região mineradora, os escravos trabalhavam em busca de ouro e do diamante nos ribeiros, nas catas e nas grupiaras. Nessas regiões, foram também donos de venda e negras de tabuleiro.
Apesar do trabalho árduo dos escravos negros, a recente historiografia, apoiada em novas evidências documentais, desconstrói o mito do escravo “coisa”, uma mera mercadoria, sem personalidade e vontade próprias. Além disso, desmistifica a ideia de escravo “vítima” do sistema, baseado no “imaginário do tronco”.
Os escravos negociavam com seus senhores, tinham várias regalias e, muitos deles possuíam escravos. Ou seja, muitos escravos conseguiram, como agentes históricos que foram, encontrar formas de acomodação à escravidão. Aqueles que não conseguiram se acomodar, ou não quiseram faze-lo, buscaram formas para reagir contra a escravidão por meio da formação de quilombos, das fugas individuais, de assassinato de senhores, da feitiçaria e das tentativas de fazer eclodir revoltas escravas. Seja como for, acomodando-se ou não, os escravos negros agiram como sujeitos históricos e assim devem ser estudados.
Professor Marcos explica sobre a escravidão
Violência cometida contra os escravos
Marcus Vinícius de Morais é professor de cursinho em Campinas - SP. Na segunda aula sobre escravidão, ele fala sobre a violência como forma de controlar o comportamento dos escravos.
Professor explica o controle do comportamento da população escrava no Brasil.
A escravidão existia na África muito antes da chegada dos europeus, sancionada pelas leis e pelos costumes das várias regiões desse continente. O sofrimento, imposto pelo tráfico negreiro, começava em terras africanas, antes mesmo de os cativos serem embarcados nos navios negreiros.
No primeiro século da escravidão, os índios representaram a principal mão de obra nas atividades econômicas da América Portuguesa.
Gradativamente, foram sendo substituídos pelos africanos, que se tornaram, como disse um cronista da época, “as mãos e os pés” dos senhores. Entre o final do século XVI e as últimas décadas do século XIX, os escravos negros tornaram-se a mão de obra por excelência da América Portuguesa.
A economia agroexportadora necessitava, para sua realização, de grandes extensões de terra, especialmente de um só produto e mão de obra compulsória. A disponibilidade de terras na América Portuguesa poderia gerar, se houvesse a predominância do trabalho livre, o trabalho familiar, o minifúndio, estatutos incompatíveis com as necessidades de exportação agrícola da metrópole. Assim, o trabalho escravo completava o latifúndio e a monocultura, imprescindíveis para o sucesso da economia agroexportadora implantada na América Portuguesa.
A substituição do trabalho indígena pelo trabalho escravo africano pode ser explicada por uma série de fatores. A metrópole possuía o monopólio do tráfico negreiro, e os traficantes portugueses trataram de convencer os proprietários de terras que os negros eram melhores trabalhadores que os indígenas. A Igreja ajudou bastante nesse trabalho de convencimento, uma vez que condenava a escravidão indígena. Por isso, gradativamente, a mão de obra tornou-se preponderante nas atividades econômicas da América Portuguesa.
Os indígenas também continuaram trabalhando sob a vigilância e o comando dos jesuítas nas chamadas reduções, onde se exploravam as drogas do sertão – pimenta, cravos e outras especiarias – em especial na região norte da América Portuguesa. Foram também utilizados nas áreas de criação de gado e na exploração de terras minerais.
Ser escravo na América Portuguesa
Os escravos negros foram empregados, no Brasil, nas mais diversas atividades.
Nas áreas de produção de açúcar, os negros cuidavam do plantio da cana, da limpeza dos canaviais, retirando as ervas daninhas, da colheita, do transporte da cana dos canaviais às moendas, das fornalhas e das caldeiras nos engenhos.
O engenho funcionava durante o dia e à noite. Alguns escravos trabalhavam exclusivamente no setor fabril do engenho. Outros se dedicavam, de dia, ao trabalho nos canaviais e, à noite, nas moendas que funcionavam dezoito a vinte horas por dia, interrompendo seu funcionamento apenas para a limpeza do maquinário. Era nesse curto espaço de tempo que os escravos descansavam.
Entretanto, não foi só nas plantations açucareiras que predominou o trabalho escravo negro. Eles foram também escravos domésticos, servindo seus senhores em suas casas, dedicaram-se ao trabalho de criação de gado e em todos as atividades para as quais fossem requisitados.
Na região mineradora, os escravos trabalhavam em busca de ouro e do diamante nos ribeiros, nas catas e nas grupiaras. Nessas regiões, foram também donos de venda e negras de tabuleiro.
Apesar do trabalho árduo dos escravos negros, a recente historiografia, apoiada em novas evidências documentais, desconstrói o mito do escravo “coisa”, uma mera mercadoria, sem personalidade e vontade próprias. Além disso, desmistifica a ideia de escravo “vítima” do sistema, baseado no “imaginário do tronco”.
Os escravos negociavam com seus senhores, tinham várias regalias e, muitos deles possuíam escravos. Ou seja, muitos escravos conseguiram, como agentes históricos que foram, encontrar formas de acomodação à escravidão. Aqueles que não conseguiram se acomodar, ou não quiseram faze-lo, buscaram formas para reagir contra a escravidão por meio da formação de quilombos, das fugas individuais, de assassinato de senhores, da feitiçaria e das tentativas de fazer eclodir revoltas escravas. Seja como for, acomodando-se ou não, os escravos negros agiram como sujeitos históricos e assim devem ser estudados.
Professor Marcos explica sobre a escravidão
Violência cometida contra os escravos
Marcus Vinícius de Morais é professor de cursinho em Campinas - SP. Na segunda aula sobre escravidão, ele fala sobre a violência como forma de controlar o comportamento dos escravos.
Professor explica o controle do comportamento da população escrava no Brasil.
terça-feira, 15 de março de 2011
Escravidão
Colonização portuguesa, escravismo e atividades econômicas: breve balanço historiográfico
Colonização portuguesa, escravismo e atividades econômicas: breve balanço historiográfico
Davidson de Oliveira Rodrigues
O presente texto procura sintetizar alguns dos principais debates acerca das estruturas econômicas da América Portuguesa. A pretensão é de mostrar como as diversas tendências historiográficas avaliaram as atividades econômicas da principal colônia de Portugal. A primeira consideração a ser feita é que algumas abordagens enfatizaram o funcionamento interno da colônia, ao passo que outras deram maior ênfase na sua ligação com a metrópole.
A obra de Caio Prado Júnior (Formação do Brasil Contemporâneo, 1942) apresenta a colônia brasileira como totalmente submissa à metrópole portuguesa. A economia era estruturada objetivando somente a transferência de lucros para Portugal e sua base se assentava na exportação, monocultura e trabalho escravo. O mercado interno na colônia era praticamente inexistente.
Para Celso Furtado a colônia se organizava em função do mercado externo. Assim como Caio Prado Júnior, desqualificou o mercado interno e também se deteve na monocultura, latifúndio e escravidão. Esses autores, embora não neguem a existência de um mercado interno, atribuem-lhe uma baixa complexidade, identificando-o como uma forma rudimentar de subsistência.
O principal teorizador das relações entre as colônias e suas metrópoles foi Fernando Novais que cunhou, nos anos sessenta, o conceito de Antigo Sistema Colonial. Novais é o autor que irá supervalorizar o tráfico de escravos ao considerá-lo vital para o processo de concentração de rendas nas principais potências européias de então, através do fenômeno histórico chamado acumulação de capitais, que, por sua vez, acabará por desembocar na Revolução Industrial.
De uma certa forma, as obras desses três autores são complementares, principalmente se tomarmos Caio Prado e Fernando Novais. Para o primeiro a colonização tinha um claro sentido, que era o fluxo de matéria-prima da colônia para Portugal. Já Novais vê a colonização como instrumentos de poder do Estado, uma vez que ela possibilitaria enriquecimento e fortalecimento do Estado. Sua perspectiva polarizou as relações entre Europa e Novo Mundo em metrópole e colônia, sendo que a relação entre essas era unívoca, total dependência da segunda para com a primeira.
Essas abordagens foram popularizadas através dos livros didáticos e acabaram por construir uma representação do “passado colonial do Brasil”. Para esses autores, problemas como o latifúndio, o atraso econômico e a dependência ao mercado externo – presentes à época em que escreveram seus livros – tiveram sua origem nas relações entre a colônia e a metrópole portuguesa.
Essas interpretações tiveram a sua validade na medida em que delinearam alguns dos primeiros pilares da estrutura econômica da colônia brasileira. Uma série de conceitos derivou dessas abordagens, como, por exemplo, a noção de exclusivismo metropolitano e pacto colonial, que serviram para indicar os mecanismos que as metrópoles se valiam para subjugar seus anexos territoriais. Todavia, a partir dos anos 70, alguns autores começaram a repensar a idéia de excessiva dependência das colônias para com suas metrópoles. Passa a ser discutido a necessidade de se atentar para os processos internos das colônias. Ciro Flamarion Cardoso e Jacob Gorender discutirão a lógica interna das colônias. No âmbito das discussões marxistas surge o conceito de Modo de Produção Escravista Colonial, indicativo de que o foco desses autores se encontra nas formas de produção existentes nas colônias americanas.
A circulação de capitais e produtos no interior das colônias passa a ser estudado, preocupação que não se observa em estudos anteriores. Esses autores não concordam inteiramente entre si. Ambos atribuirão diferentes graus de autonomia às colônias, sendo que o de Gorender será mais restrito.
Ciro Flamarion Cardoso constatou dois setores agrícolas distintos, um voltado para exportação e outro destinado ao mercado interno, que abasteceria a própria população residente na colônia. O autor sutilmente relativiza o modelo da grande plantation, que até então era tomado como uma unidade produtora voltada exclusivamente para monocultura e exportação. Porém em publicações posteriores o questionamento de Flamarion será mais contundente ao denunciar a “obsessão plantacionista”. A idéia de monocultura e grande lavoura voltada para a exportação recebem suas primeiras críticas. Mas é Jacob Gorender que caracterizará mais detalhadamente o modo de produção escravista colonial. Sua discordância com Ciro Flamarion (ora em aspectos pontuais, ora em aspectos mais gerais) criará uma intensa polêmica, propiciando uma série de debates historiográficos. Gorender, assim como Flamarion, admitirá a concentração de renda na própria colônia (acumulação endógena), mas atribui menor importância ao mercado interno.
Quanto a plantation, Gorender considerou que apesar de especializada e voltada para o mercado externo, possui um espaço para a produção de alimentos, direcionado para o consumo interno. Uma necessidade estrutural que não alterou o fato da plantation ser componente da indústria agroexportadora. Desta forma Gorender foi o defensor do modelo da plantation.
Sem dúvida a plantation é um modelo teórico que privilegia as relações entre a unidade produtora colonial e o mercado externo. No caso do Nordeste ela está diretamente imbricada ao engenho. O “tipo ideal” do engenho é a fábrica de açúcar ligado à monocultura canavieira. Via de regra se associa a plantation e o engenho à imagem da casa-grande e da senzala com centos de escravos. Jacob Gorender, por exemplo, defende que a escravaria dos engenhos era numerosa.
O modelo clássico do engenho foi favorecido pela leitura, um tanto descuidada, de Cultura e Opulência no Brasil (1711) de Antonil. Nesse livro, o jesuíta descreve um grande engenho, com cerca de 150 a 200 escravos. Porém as observações de Antonil foram generalizadas e tidas como padrão, sem que outras fontes fossem consultadas. Hoje já é tido como certo que o engenho descrito é atípico. Porém em perspectivas anteriores o engenho era tomado como uma unidade de grandes proporções, com alto número de cativos e produção de açúcar considerável. A noção clássica de engenho, assim como a plantation, no entanto, não resistiu as evidências documentais. A unidade produtiva de açúcar existiu em variados tamanhos (há vários tipos de engenhos, sendo que destes o maior é o engenho real), mas de um modo geral com um pequeno a médio contingente de escravos. Simon Shwartz mostrou que os engenhos, em sua maioria, possuíam em média uns 60 escravos.
Como pode ser claramente percebido, esses dois conceitos (plantation e engenho), originalmente foram pensados a partir de uma lógica externa. Eles estavam diretamente ligados ao comércio do ultramar e a acumulação de capitais por parte da metrópole. Porém, a partir de uma problematização, ambos nos ajudam a compreender as especificidades das colônias, especialmente o Nordeste nos séculos XVIII e inícios do XIX.
Como já foi percebido, em Ciro Flamarion Cardoso, o modelo de grande lavoura sofreu um abalo. O mesmo autor foi também um dos primeiros a constatar uma maior diversidade de ocupações do escravo no sistema colonial, com a chamada brecha camponesa. Em meio a uma sociedade polarizada entre senhores e escravos se descobre a possibilidade de um outro espaço, através do proto-campesinato negro e indígena. O portocamponês seria o cativo que trabalha em uma situação de relativa autonomia, em uma condição próxima ao do camponês, ao ter a possibilidade de escolher o que plantar e aonde vender. A sua condição de escravo não é apagada, apenas amenizada.
A brecha camponesa era o espaço na plantation destinado a produção de alimentos para o consumo interno. O escravo produzia os seus provimentos e os do seu senhor, o que a princípio era favorável ao proprietário já que diminuía os gastos com a escravaria. Porém tal brecha no sistema escravista acabou por permitir ao escravo uma maior autonomia, já que ele acabou tendo a possibilidade de plantar não só para sua subsistência, mas também para o comércio, podendo inclusive se afastar do engenho para trocas comerciais. De um modo geral o proto-camponês não residia nas senzalas, mas em habitações próprias, a margem das plantations.
Esse espaço que o escravo passou a reivindicar foi alvo de tensões com os senhores de engenho, que tentavam se apropriar dos rendimentos dos cativos. Mas a possibilidade do escravo plantar para o comércio e acumular um pecúlio acabaou por se constituir em um direito, tornando a brecha camponesa constituinte do sistema escravista.
O que deve ficar claro é que o proto-campesinato, não foi uma forma dos escravos contestarem a ordem escravocrata, mas sim se adaptar a ela. Nesse sentido a brecha foi extremamente favorável para os senhores de escravos, já que ela funcionava como elemento de apaziguamento, evitando que o cativo – agora com próprios rendimentos, possibilitando uma possível alforria – fugisse ou se rebelasse.
Gorender (para variar) discorda de Ciro Flamarion Cardoso quanto à utilização do conceito de brecha camponesa10. Insiste no aspecto secundário da produção interna de alimentos e do seu mercado. Não podendo considerar o comércio de produtos realizado pelos escravos como estrutural, pois estes fatalmente seriam redirecionados para a lavoura e engenho nos momentos cruciais da produção açucareira. Assim a plantação e comércio feito pelos escravos tinham um aspecto sazonal, possível somente nos momentos em que as lavouras e usinas de açúcar não demandassem muitos braços.
Gorender quer acentuar o caráter terrificante da escravidão e enfatizar a predominância do mercado externo. Porém inúmeras outras pesquisas acabarão por se aproximar de algumas das premissas de Flamarion Cardoso. Na verdade este historiador é modesto no que diz respeito à amplitude da brecha, pois esta, na verdade é um “arrombo” que não se limita unicamente ao meio rural. A diversidade de ocupações dos escravos, em atividades desligadas dos setores de exportação, ajudou a delinear as configurações do mercado interno. José Newton Coelho Meneses, em um breve balanço historiográfico, apresenta dois autores que discordaram das perspectivas adotadas por Ciro Flamarion e Jacob Gorender. João Manuel Cardoso de Mello que discorda da existência de uma lógica própria na colônia, já que está inserida no modo de produção capitalista europeu. O outro historiador apresentado por Meneses é Jobson Arruda que discorda do conceito de modo de produção escravista colonial já que na colônia não há uma reprodução das relações de produção.
Importante observar a atualidade de Flamarion e Gorender nas discussões acerca da economia colonial, seja para defender ou questionar o vigor do mercado interno. O trabalho de João Luis Ribeiro Fragoso retoma, na década de noventa, algumas das preocupações de Ciro Flamarion. Em seu livro Homens de grossa ventura12, ele analisa os mecanismos da economia colonial que permitiram uma acumulação endógena em fins do século XVIII e início do XIX. Porém suas posições serão, em um segundo momento, seriamente criticadas.
Em um artigo escrito por pós-graduandos13 da UNICAMP inadequações e generalizações serão apontadas na obra de Fragoso e Manolo Florentino. A principal conclusão que se tira das críticas a Homens de grossa ventura é um questionamento da independência da colônia em relação à economia européia. Algumas generalizações são bem procedentes, pois a pesquisa de Fragoso se refere ao Rio de Janeiro após a Vinda da Corte, todavia as observações sobre essa conjuntura específica acabam sendo estendidas para todo o período e espaço colonial.
De qualquer maneira a obra de Fragoso faz parte de uma onda historiográfica seriamente preocupada em entender a dinâmica interna da colônia. Dentro dessas perspectivas foram fecundas as pesquisas acerca do abastecimento alimentar nas Minas Gerais, principalmente o século XVIII.
Na verdade pesquisas nessa temática já podem ser encontradas na década de 70, quando não na de 50 com o livro de Mafalda Zemella. Mas é de fato com o trabalho de Carlos Magno Guimarães e Liana Reis14 que a produção agrícola na região das Minas ganhou atenção. Esses autores serão os primeiros a apresentar a importância das pequenas plantações nas áreas de mineração. Mostram que com o declínio da mineração a agricultura tem um crescimento ainda maior, não sendo um mero apêndice da região mineradora.
Outros trabalhos, como o de Cláudia Chaves15 darão continuidade ao estudo da produção alimentar na Capitania das Minas Gerais. A historiadora recuperou uma série de ofícios ligados a produção e ao abastecimento de alimentos na capitania, como os atravessadores e as negras de tabuleiro, mostrando a diversificação da economia e sua relação com a área de mineração. O trabalho da autora está em consonância com estudos que demonstraram intensa circulação comercial na capitania.
Essas pesquisas, entre tantas outras, acabaram por demolir definitivamente as afirmações mais clássicas da historiografia, que consideravam a produção agrícola como de subsistência e deficitária. Em Formação do Brasil Contemporâneo, Caio Prado considera a produção interna pouco desenvolvida e voltada somente para auto-subsistência. Outro livro superado pelas recentes pesquisas é Desclassificados do Ouro, de Laura de Mello e Souza, com suas premissas da pobreza e carestia das Minas.
A historiadora considerou que a maior parte do lucro obtido com a exploração aurífera migrava para Portugal. Nessa perspectiva a impossibilidade de acumulação endógena adicionada a ausência de núcleos de abastecimento que suprisse as demandas da população, tornava a mineração uma atividade pouco rendosa para os diretamente envolvidos em sua atividade. Portanto a idéia de falso fausto, já que o valor dos alimentos eram altíssimos uma vez que grande parte dos provimentos tinham que ser importados.
Flávio Marcus da Silva 18em um artigo analisou a preocupação das autoridades em fomentar a produção e circulação de alimentos já que ondas de fome poderiam promover levantes e motins. Esse trabalho, embora modesto, é mais um exemplo da necessidade da existência de núcleos produtores dentro da própria capitania. Porém é o livro de Meneses que explicitará a complexidade da produção alimentar na capitania. Meneses procura focalizar o produtor rural em seu mundo rústico, a produção e a circulação de alimentos.
Esses trabalhos foram aos poucos eliminando a imagem cristalizada de uma capitania coberta de ouro, mas faminta. O “falso fausto” não corresponde plenamente à verdade histórica já que a agricultura e agropecuária da capitania foram suficientes para seu abastecimento, além do que existia o comércio com outras capitanias (como Bahia), o que supria eventuais deficiências.
Curioso é que a preocupação com a produção agrícola nas Minas acabou por concentrar a atenção da maioria dos historiadores. Com efeito, a mineração foi colocada em segundo plano, o que ilustra uma ênfase maior nos processos internos da colônia. Arrisco o palpite de que as pesquisas acerca da produção mineral no século XVIII vêm sendo seriamente negligenciadas.
Se analisarmos com atenção as atuais pesquisas dialogam muito com os debates de Gorender e Flamarion Cardoso. Ambos pensaram, na década de 70, na intensidade do comércio interno, porém tomaram como complementar à indústria agro-exportadora. Duas décadas depois a situação se inverteu, o trabalho proto-camponês não é mais tido como uma singularidade, pois a diversidade de pequenos proprietários (brancos e mestiços ricos e pobres, cativos e libertos) trouxe a tona um mercado interno dinâmico, mesmo que dependente da economia metropolitana. Meneses, por exemplo, mostra que economia de subsistência e mercantil podem conviver simultaneamente (94-100).
Os argumentos que tentam enfatizar a preponderância do mercado interno ou externo estão em constante embate na historiografia econômica sobre o período. Embora seja óbvio, mas necessário de dizer, a economia colonial só pode ser compreendida a luz da historiografia.
Referências Bibliográficas
CARDOSO, Ciro Flamarion. As concepções acerca do “Sistema Econômico Mundial e do Antigo sistema Colonial”; a preocupação obsessiva com a “Extração de excedente”. In:
LAPA, José Roberto do Amaral. Modos de produção e realidade brasileira. Petrópolis: Vozes, 1980.
CARDOSO, Ciro Flamarion. Escravo ou camponês? O proto-campesinato negro nas Américas. São Paulo: Brasiliense, 1987.
CHAVES, Claudia Maria das Graças. Comerciantes das minas setecentistas: a diverdidade de atuação no mercado colonial. Caderno de Filosofia e Ciências Humanas. Belo Horizonte, n. 10, p. 135-143, 1998.
FRAGOSO, João Luis. Homens de grossa ventura: acumulação e hierarquia na praça do Rio de Janeiro, 1790-1830. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
FURTADO, Celso. Formação do Brasil Contemporâneo. 15.ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1977.
GORENDER, Jacob. O escravismo colonial. São Paulo: Ática, 1978.
GUIMARÃES, Carlos Magno & REIS, Liana Maria. Agricultura e Caminhos de Minas (1700-1750). Revista do Departamento de História da FAFICH/UFMG. 2 (1986): 7-36.
MARIUTTI, Eduardo; NOGUEROL, Luiz Paulo Ferreira; DANIEL NETO, Mário. Mercado interno colonial e grau de autonomia: crítica as propostas de João Luís Fragoso e Manolo Florentino. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 31 (2): 369-393.
MENESES José Newton Coelho. O continente rústico. Abastecimento nas Minas Gerais setecentistas. Diamantina: Maria Fumaça, 2000.
PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo: período colonial. São Paulo: Brasiliense, 1973.
SCHWARTZ, Stuart. Segredos internos: engenhos e escravos na sociedade colonial. São Paulo: Cia das Letras, 1988.
SILVA, Flávio Marcus da. Agricultura e Pecuária em Minas Gerais no século XVIII: uma abordagem política. História & perspectivas. 20/21 (1999): 9-31.
SOUZA, Laura de Mello e. Desclassificados do ouro. Rio de Janeiro: Graal, 1982.
VAINFAS, Ronaldo. Dicionário de Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000
Colonização portuguesa, escravismo e atividades econômicas: breve balanço historiográfico
Davidson de Oliveira Rodrigues
O presente texto procura sintetizar alguns dos principais debates acerca das estruturas econômicas da América Portuguesa. A pretensão é de mostrar como as diversas tendências historiográficas avaliaram as atividades econômicas da principal colônia de Portugal. A primeira consideração a ser feita é que algumas abordagens enfatizaram o funcionamento interno da colônia, ao passo que outras deram maior ênfase na sua ligação com a metrópole.
A obra de Caio Prado Júnior (Formação do Brasil Contemporâneo, 1942) apresenta a colônia brasileira como totalmente submissa à metrópole portuguesa. A economia era estruturada objetivando somente a transferência de lucros para Portugal e sua base se assentava na exportação, monocultura e trabalho escravo. O mercado interno na colônia era praticamente inexistente.
Para Celso Furtado a colônia se organizava em função do mercado externo. Assim como Caio Prado Júnior, desqualificou o mercado interno e também se deteve na monocultura, latifúndio e escravidão. Esses autores, embora não neguem a existência de um mercado interno, atribuem-lhe uma baixa complexidade, identificando-o como uma forma rudimentar de subsistência.
O principal teorizador das relações entre as colônias e suas metrópoles foi Fernando Novais que cunhou, nos anos sessenta, o conceito de Antigo Sistema Colonial. Novais é o autor que irá supervalorizar o tráfico de escravos ao considerá-lo vital para o processo de concentração de rendas nas principais potências européias de então, através do fenômeno histórico chamado acumulação de capitais, que, por sua vez, acabará por desembocar na Revolução Industrial.
De uma certa forma, as obras desses três autores são complementares, principalmente se tomarmos Caio Prado e Fernando Novais. Para o primeiro a colonização tinha um claro sentido, que era o fluxo de matéria-prima da colônia para Portugal. Já Novais vê a colonização como instrumentos de poder do Estado, uma vez que ela possibilitaria enriquecimento e fortalecimento do Estado. Sua perspectiva polarizou as relações entre Europa e Novo Mundo em metrópole e colônia, sendo que a relação entre essas era unívoca, total dependência da segunda para com a primeira.
Essas abordagens foram popularizadas através dos livros didáticos e acabaram por construir uma representação do “passado colonial do Brasil”. Para esses autores, problemas como o latifúndio, o atraso econômico e a dependência ao mercado externo – presentes à época em que escreveram seus livros – tiveram sua origem nas relações entre a colônia e a metrópole portuguesa.
Essas interpretações tiveram a sua validade na medida em que delinearam alguns dos primeiros pilares da estrutura econômica da colônia brasileira. Uma série de conceitos derivou dessas abordagens, como, por exemplo, a noção de exclusivismo metropolitano e pacto colonial, que serviram para indicar os mecanismos que as metrópoles se valiam para subjugar seus anexos territoriais. Todavia, a partir dos anos 70, alguns autores começaram a repensar a idéia de excessiva dependência das colônias para com suas metrópoles. Passa a ser discutido a necessidade de se atentar para os processos internos das colônias. Ciro Flamarion Cardoso e Jacob Gorender discutirão a lógica interna das colônias. No âmbito das discussões marxistas surge o conceito de Modo de Produção Escravista Colonial, indicativo de que o foco desses autores se encontra nas formas de produção existentes nas colônias americanas.
A circulação de capitais e produtos no interior das colônias passa a ser estudado, preocupação que não se observa em estudos anteriores. Esses autores não concordam inteiramente entre si. Ambos atribuirão diferentes graus de autonomia às colônias, sendo que o de Gorender será mais restrito.
Ciro Flamarion Cardoso constatou dois setores agrícolas distintos, um voltado para exportação e outro destinado ao mercado interno, que abasteceria a própria população residente na colônia. O autor sutilmente relativiza o modelo da grande plantation, que até então era tomado como uma unidade produtora voltada exclusivamente para monocultura e exportação. Porém em publicações posteriores o questionamento de Flamarion será mais contundente ao denunciar a “obsessão plantacionista”. A idéia de monocultura e grande lavoura voltada para a exportação recebem suas primeiras críticas. Mas é Jacob Gorender que caracterizará mais detalhadamente o modo de produção escravista colonial. Sua discordância com Ciro Flamarion (ora em aspectos pontuais, ora em aspectos mais gerais) criará uma intensa polêmica, propiciando uma série de debates historiográficos. Gorender, assim como Flamarion, admitirá a concentração de renda na própria colônia (acumulação endógena), mas atribui menor importância ao mercado interno.
Quanto a plantation, Gorender considerou que apesar de especializada e voltada para o mercado externo, possui um espaço para a produção de alimentos, direcionado para o consumo interno. Uma necessidade estrutural que não alterou o fato da plantation ser componente da indústria agroexportadora. Desta forma Gorender foi o defensor do modelo da plantation.
Sem dúvida a plantation é um modelo teórico que privilegia as relações entre a unidade produtora colonial e o mercado externo. No caso do Nordeste ela está diretamente imbricada ao engenho. O “tipo ideal” do engenho é a fábrica de açúcar ligado à monocultura canavieira. Via de regra se associa a plantation e o engenho à imagem da casa-grande e da senzala com centos de escravos. Jacob Gorender, por exemplo, defende que a escravaria dos engenhos era numerosa.
O modelo clássico do engenho foi favorecido pela leitura, um tanto descuidada, de Cultura e Opulência no Brasil (1711) de Antonil. Nesse livro, o jesuíta descreve um grande engenho, com cerca de 150 a 200 escravos. Porém as observações de Antonil foram generalizadas e tidas como padrão, sem que outras fontes fossem consultadas. Hoje já é tido como certo que o engenho descrito é atípico. Porém em perspectivas anteriores o engenho era tomado como uma unidade de grandes proporções, com alto número de cativos e produção de açúcar considerável. A noção clássica de engenho, assim como a plantation, no entanto, não resistiu as evidências documentais. A unidade produtiva de açúcar existiu em variados tamanhos (há vários tipos de engenhos, sendo que destes o maior é o engenho real), mas de um modo geral com um pequeno a médio contingente de escravos. Simon Shwartz mostrou que os engenhos, em sua maioria, possuíam em média uns 60 escravos.
Como pode ser claramente percebido, esses dois conceitos (plantation e engenho), originalmente foram pensados a partir de uma lógica externa. Eles estavam diretamente ligados ao comércio do ultramar e a acumulação de capitais por parte da metrópole. Porém, a partir de uma problematização, ambos nos ajudam a compreender as especificidades das colônias, especialmente o Nordeste nos séculos XVIII e inícios do XIX.
Como já foi percebido, em Ciro Flamarion Cardoso, o modelo de grande lavoura sofreu um abalo. O mesmo autor foi também um dos primeiros a constatar uma maior diversidade de ocupações do escravo no sistema colonial, com a chamada brecha camponesa. Em meio a uma sociedade polarizada entre senhores e escravos se descobre a possibilidade de um outro espaço, através do proto-campesinato negro e indígena. O portocamponês seria o cativo que trabalha em uma situação de relativa autonomia, em uma condição próxima ao do camponês, ao ter a possibilidade de escolher o que plantar e aonde vender. A sua condição de escravo não é apagada, apenas amenizada.
A brecha camponesa era o espaço na plantation destinado a produção de alimentos para o consumo interno. O escravo produzia os seus provimentos e os do seu senhor, o que a princípio era favorável ao proprietário já que diminuía os gastos com a escravaria. Porém tal brecha no sistema escravista acabou por permitir ao escravo uma maior autonomia, já que ele acabou tendo a possibilidade de plantar não só para sua subsistência, mas também para o comércio, podendo inclusive se afastar do engenho para trocas comerciais. De um modo geral o proto-camponês não residia nas senzalas, mas em habitações próprias, a margem das plantations.
Esse espaço que o escravo passou a reivindicar foi alvo de tensões com os senhores de engenho, que tentavam se apropriar dos rendimentos dos cativos. Mas a possibilidade do escravo plantar para o comércio e acumular um pecúlio acabaou por se constituir em um direito, tornando a brecha camponesa constituinte do sistema escravista.
O que deve ficar claro é que o proto-campesinato, não foi uma forma dos escravos contestarem a ordem escravocrata, mas sim se adaptar a ela. Nesse sentido a brecha foi extremamente favorável para os senhores de escravos, já que ela funcionava como elemento de apaziguamento, evitando que o cativo – agora com próprios rendimentos, possibilitando uma possível alforria – fugisse ou se rebelasse.
Gorender (para variar) discorda de Ciro Flamarion Cardoso quanto à utilização do conceito de brecha camponesa10. Insiste no aspecto secundário da produção interna de alimentos e do seu mercado. Não podendo considerar o comércio de produtos realizado pelos escravos como estrutural, pois estes fatalmente seriam redirecionados para a lavoura e engenho nos momentos cruciais da produção açucareira. Assim a plantação e comércio feito pelos escravos tinham um aspecto sazonal, possível somente nos momentos em que as lavouras e usinas de açúcar não demandassem muitos braços.
Gorender quer acentuar o caráter terrificante da escravidão e enfatizar a predominância do mercado externo. Porém inúmeras outras pesquisas acabarão por se aproximar de algumas das premissas de Flamarion Cardoso. Na verdade este historiador é modesto no que diz respeito à amplitude da brecha, pois esta, na verdade é um “arrombo” que não se limita unicamente ao meio rural. A diversidade de ocupações dos escravos, em atividades desligadas dos setores de exportação, ajudou a delinear as configurações do mercado interno. José Newton Coelho Meneses, em um breve balanço historiográfico, apresenta dois autores que discordaram das perspectivas adotadas por Ciro Flamarion e Jacob Gorender. João Manuel Cardoso de Mello que discorda da existência de uma lógica própria na colônia, já que está inserida no modo de produção capitalista europeu. O outro historiador apresentado por Meneses é Jobson Arruda que discorda do conceito de modo de produção escravista colonial já que na colônia não há uma reprodução das relações de produção.
Importante observar a atualidade de Flamarion e Gorender nas discussões acerca da economia colonial, seja para defender ou questionar o vigor do mercado interno. O trabalho de João Luis Ribeiro Fragoso retoma, na década de noventa, algumas das preocupações de Ciro Flamarion. Em seu livro Homens de grossa ventura12, ele analisa os mecanismos da economia colonial que permitiram uma acumulação endógena em fins do século XVIII e início do XIX. Porém suas posições serão, em um segundo momento, seriamente criticadas.
Em um artigo escrito por pós-graduandos13 da UNICAMP inadequações e generalizações serão apontadas na obra de Fragoso e Manolo Florentino. A principal conclusão que se tira das críticas a Homens de grossa ventura é um questionamento da independência da colônia em relação à economia européia. Algumas generalizações são bem procedentes, pois a pesquisa de Fragoso se refere ao Rio de Janeiro após a Vinda da Corte, todavia as observações sobre essa conjuntura específica acabam sendo estendidas para todo o período e espaço colonial.
De qualquer maneira a obra de Fragoso faz parte de uma onda historiográfica seriamente preocupada em entender a dinâmica interna da colônia. Dentro dessas perspectivas foram fecundas as pesquisas acerca do abastecimento alimentar nas Minas Gerais, principalmente o século XVIII.
Na verdade pesquisas nessa temática já podem ser encontradas na década de 70, quando não na de 50 com o livro de Mafalda Zemella. Mas é de fato com o trabalho de Carlos Magno Guimarães e Liana Reis14 que a produção agrícola na região das Minas ganhou atenção. Esses autores serão os primeiros a apresentar a importância das pequenas plantações nas áreas de mineração. Mostram que com o declínio da mineração a agricultura tem um crescimento ainda maior, não sendo um mero apêndice da região mineradora.
Outros trabalhos, como o de Cláudia Chaves15 darão continuidade ao estudo da produção alimentar na Capitania das Minas Gerais. A historiadora recuperou uma série de ofícios ligados a produção e ao abastecimento de alimentos na capitania, como os atravessadores e as negras de tabuleiro, mostrando a diversificação da economia e sua relação com a área de mineração. O trabalho da autora está em consonância com estudos que demonstraram intensa circulação comercial na capitania.
Essas pesquisas, entre tantas outras, acabaram por demolir definitivamente as afirmações mais clássicas da historiografia, que consideravam a produção agrícola como de subsistência e deficitária. Em Formação do Brasil Contemporâneo, Caio Prado considera a produção interna pouco desenvolvida e voltada somente para auto-subsistência. Outro livro superado pelas recentes pesquisas é Desclassificados do Ouro, de Laura de Mello e Souza, com suas premissas da pobreza e carestia das Minas.
A historiadora considerou que a maior parte do lucro obtido com a exploração aurífera migrava para Portugal. Nessa perspectiva a impossibilidade de acumulação endógena adicionada a ausência de núcleos de abastecimento que suprisse as demandas da população, tornava a mineração uma atividade pouco rendosa para os diretamente envolvidos em sua atividade. Portanto a idéia de falso fausto, já que o valor dos alimentos eram altíssimos uma vez que grande parte dos provimentos tinham que ser importados.
Flávio Marcus da Silva 18em um artigo analisou a preocupação das autoridades em fomentar a produção e circulação de alimentos já que ondas de fome poderiam promover levantes e motins. Esse trabalho, embora modesto, é mais um exemplo da necessidade da existência de núcleos produtores dentro da própria capitania. Porém é o livro de Meneses que explicitará a complexidade da produção alimentar na capitania. Meneses procura focalizar o produtor rural em seu mundo rústico, a produção e a circulação de alimentos.
Esses trabalhos foram aos poucos eliminando a imagem cristalizada de uma capitania coberta de ouro, mas faminta. O “falso fausto” não corresponde plenamente à verdade histórica já que a agricultura e agropecuária da capitania foram suficientes para seu abastecimento, além do que existia o comércio com outras capitanias (como Bahia), o que supria eventuais deficiências.
Curioso é que a preocupação com a produção agrícola nas Minas acabou por concentrar a atenção da maioria dos historiadores. Com efeito, a mineração foi colocada em segundo plano, o que ilustra uma ênfase maior nos processos internos da colônia. Arrisco o palpite de que as pesquisas acerca da produção mineral no século XVIII vêm sendo seriamente negligenciadas.
Se analisarmos com atenção as atuais pesquisas dialogam muito com os debates de Gorender e Flamarion Cardoso. Ambos pensaram, na década de 70, na intensidade do comércio interno, porém tomaram como complementar à indústria agro-exportadora. Duas décadas depois a situação se inverteu, o trabalho proto-camponês não é mais tido como uma singularidade, pois a diversidade de pequenos proprietários (brancos e mestiços ricos e pobres, cativos e libertos) trouxe a tona um mercado interno dinâmico, mesmo que dependente da economia metropolitana. Meneses, por exemplo, mostra que economia de subsistência e mercantil podem conviver simultaneamente (94-100).
Os argumentos que tentam enfatizar a preponderância do mercado interno ou externo estão em constante embate na historiografia econômica sobre o período. Embora seja óbvio, mas necessário de dizer, a economia colonial só pode ser compreendida a luz da historiografia.
Referências Bibliográficas
CARDOSO, Ciro Flamarion. As concepções acerca do “Sistema Econômico Mundial e do Antigo sistema Colonial”; a preocupação obsessiva com a “Extração de excedente”. In:
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FRAGOSO, João Luis. Homens de grossa ventura: acumulação e hierarquia na praça do Rio de Janeiro, 1790-1830. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
FURTADO, Celso. Formação do Brasil Contemporâneo. 15.ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1977.
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GUIMARÃES, Carlos Magno & REIS, Liana Maria. Agricultura e Caminhos de Minas (1700-1750). Revista do Departamento de História da FAFICH/UFMG. 2 (1986): 7-36.
MARIUTTI, Eduardo; NOGUEROL, Luiz Paulo Ferreira; DANIEL NETO, Mário. Mercado interno colonial e grau de autonomia: crítica as propostas de João Luís Fragoso e Manolo Florentino. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 31 (2): 369-393.
MENESES José Newton Coelho. O continente rústico. Abastecimento nas Minas Gerais setecentistas. Diamantina: Maria Fumaça, 2000.
PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo: período colonial. São Paulo: Brasiliense, 1973.
SCHWARTZ, Stuart. Segredos internos: engenhos e escravos na sociedade colonial. São Paulo: Cia das Letras, 1988.
SILVA, Flávio Marcus da. Agricultura e Pecuária em Minas Gerais no século XVIII: uma abordagem política. História & perspectivas. 20/21 (1999): 9-31.
SOUZA, Laura de Mello e. Desclassificados do ouro. Rio de Janeiro: Graal, 1982.
VAINFAS, Ronaldo. Dicionário de Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000
Feudalismo para o ensino fundamental
O feudalismo é um sistema econômico, político e social fundamentado na propriedade sobre a terra. Esta pertence ao senhor feudal que cede uma porção dessa terra ao vassalo em troca de serviços ocasionando uma relação de dependência.
O feudalismo se inicia com o período das invasões bárbaras e a posterior queda do Império Romano do Ocidente (Século V) que transformam toda a estrutura política e econômica da Europa Ocidental descentralizando-a. Os povos “bárbaros” ao ocuparem parte das terras da Europa Ocidental contribuem com o processo de ruralização e o surgimento de diversos reinos, dentre os quais se destacou o Reino dos Francos. Mas é no Reino Carolíngeo que se solidificam as principais estruturas do feudalismo.
Predominante durante toda a Idade Média, o feudalismo se caracteriza pelas relações de vassalagem (dependência pessoal) e de autoridade e posse da terra. As vilas e o colonato tornam-se o centro da nova estrutura sócio-econômica que tem um sistema produtivo basicamente voltado para o suprimento das necessidades individuais dos feudos.
Os feudos, por sua vez, constituíam a unidade territorial da economia feudal, caracterizando-se pela sua auto-suficiência econômica, produção predominantemente agropastoril e ausência quase total de comércio. Nos feudos, a produção de arte ocorre nos castelos.
Geralmente divididos em três áreas: o domínio, exclusivamente do senhor feudal e trabalhada pelo servo; a terra comum, matas e pastos que podem ser utilizados tanto pelo senhor quanto pelos servos; e o manso servil, que destinado aos servos era dividido em áreas denominadas “glebas” de onde metade de toda produção deveria ser destinada ao senhor feudal (talha – um tipo de imposto), os feudos podiam tanto ser enormes territórios com cidades inteiras dentro deles, ou apenas uma fazenda, variando muito de um para o outro. Na época do Reino Carolíngeo, feudo significava “benefício”, era o nome dado ao benefício que o suserano cedia ao vassalo e, que na maioria das vezes era a posse de terras. Daí o porquê que “feudo” designa hoje a propriedade em si.
Com uma estrutura social estática e hierarquizada podemos identificar a vassalagem e a suserania como as principais relações da sociedade feudal. O senhor feudal ou suserano era quem tinha a posse das terras e as cedia aos vassalos que deveriam trabalhar nelas para sustento próprio e, no que chamavam de corvéia, o trabalho gratuito para o senhor feudal durante três dias por semana.
A sociedade era basicamente composta por duas camadas principais: os senhores e os servos. O clero, embora de muita importância na sociedade feudal, não constituía uma classe separada uma vez que os componentes do clero, ou eram senhores (alto clero), ou eram servos (baixo clero). Entretanto, a relação de suserania é mais complexa uma vez que as terras eram cedidas não aos camponeses, mas a outros senhores ou cavaleiros que assumiam um compromisso de fidelidade com o suserano. Este cedia terras em troca de mais poder e um aumento no contingente de seu exército. O que, na prática, não significava que ele possuía poder sobre os outros feudos uma vez que o poder era descentralizado.
A Igreja nesse período assume a posição de único poder centralizado. Aliás, a que se considerar a enorme importância da Igreja na sociedade feudal uma vez que naquela época toda a formação moral, social e ideológica era fortemente influenciada pelo clero.
O fim do sistema feudal costuma ser delimitado pela queda do Império Romano do Oriente (Queda de Constantinopla) no século XV e, na Europa deveu-se a diversos motivos econômicos, sociais, políticos e religiosos. Dentre eles podemos destacar a fome ocasionada pela estagnação das técnicas agrícolas aliada ao crescimento excessivo da população; a peste que assolou a Europa dizimando um terço da população já bastante debilitada pela fome; o esgotamento das reservas minerais que abalou a produção de moedas afetando inevitavelmente as operações bancárias e o comércio; a ascensão da burguesia
O feudalismo se inicia com o período das invasões bárbaras e a posterior queda do Império Romano do Ocidente (Século V) que transformam toda a estrutura política e econômica da Europa Ocidental descentralizando-a. Os povos “bárbaros” ao ocuparem parte das terras da Europa Ocidental contribuem com o processo de ruralização e o surgimento de diversos reinos, dentre os quais se destacou o Reino dos Francos. Mas é no Reino Carolíngeo que se solidificam as principais estruturas do feudalismo.
Predominante durante toda a Idade Média, o feudalismo se caracteriza pelas relações de vassalagem (dependência pessoal) e de autoridade e posse da terra. As vilas e o colonato tornam-se o centro da nova estrutura sócio-econômica que tem um sistema produtivo basicamente voltado para o suprimento das necessidades individuais dos feudos.
Os feudos, por sua vez, constituíam a unidade territorial da economia feudal, caracterizando-se pela sua auto-suficiência econômica, produção predominantemente agropastoril e ausência quase total de comércio. Nos feudos, a produção de arte ocorre nos castelos.
Geralmente divididos em três áreas: o domínio, exclusivamente do senhor feudal e trabalhada pelo servo; a terra comum, matas e pastos que podem ser utilizados tanto pelo senhor quanto pelos servos; e o manso servil, que destinado aos servos era dividido em áreas denominadas “glebas” de onde metade de toda produção deveria ser destinada ao senhor feudal (talha – um tipo de imposto), os feudos podiam tanto ser enormes territórios com cidades inteiras dentro deles, ou apenas uma fazenda, variando muito de um para o outro. Na época do Reino Carolíngeo, feudo significava “benefício”, era o nome dado ao benefício que o suserano cedia ao vassalo e, que na maioria das vezes era a posse de terras. Daí o porquê que “feudo” designa hoje a propriedade em si.
Com uma estrutura social estática e hierarquizada podemos identificar a vassalagem e a suserania como as principais relações da sociedade feudal. O senhor feudal ou suserano era quem tinha a posse das terras e as cedia aos vassalos que deveriam trabalhar nelas para sustento próprio e, no que chamavam de corvéia, o trabalho gratuito para o senhor feudal durante três dias por semana.
A sociedade era basicamente composta por duas camadas principais: os senhores e os servos. O clero, embora de muita importância na sociedade feudal, não constituía uma classe separada uma vez que os componentes do clero, ou eram senhores (alto clero), ou eram servos (baixo clero). Entretanto, a relação de suserania é mais complexa uma vez que as terras eram cedidas não aos camponeses, mas a outros senhores ou cavaleiros que assumiam um compromisso de fidelidade com o suserano. Este cedia terras em troca de mais poder e um aumento no contingente de seu exército. O que, na prática, não significava que ele possuía poder sobre os outros feudos uma vez que o poder era descentralizado.
A Igreja nesse período assume a posição de único poder centralizado. Aliás, a que se considerar a enorme importância da Igreja na sociedade feudal uma vez que naquela época toda a formação moral, social e ideológica era fortemente influenciada pelo clero.
O fim do sistema feudal costuma ser delimitado pela queda do Império Romano do Oriente (Queda de Constantinopla) no século XV e, na Europa deveu-se a diversos motivos econômicos, sociais, políticos e religiosos. Dentre eles podemos destacar a fome ocasionada pela estagnação das técnicas agrícolas aliada ao crescimento excessivo da população; a peste que assolou a Europa dizimando um terço da população já bastante debilitada pela fome; o esgotamento das reservas minerais que abalou a produção de moedas afetando inevitavelmente as operações bancárias e o comércio; a ascensão da burguesia
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