terça-feira, 18 de agosto de 2015

Roma Antiga

Localização e Origem

Roma, capital da Itália, conhecida como cidade eterna por sua história milenar, localiza-se na planície doLácio, as margens do rio Tibre, próximo do mar Tirreno, no centro da Península Itálica, região sul da Europa. 

No século X a.C., viviam no centro dessa região diversos povos entre eles os italiotas (latinos, volscos, équos, úmbrios, sabinos, samnitas, etc.), os etruscos no norte e os gregos no sul (Magna Grécia). 

Por volta do século VII a.C., os etruscos impuseram seu domínio aos italiotas, e a aldeia romana acabou-se por tornar uma cidade. Ao adquirir características de cidade, Roma iniciou um processo de organização político-social que resultou na Monarquia. 

A história política de Roma é dividida nos seguintes períodos:
•Monarquia (753 a.C. – 509 a.C.) – Com sete reis;
•República (509 a.C. – 27 a.C.) – governo do senado;
•Império (27 a.C. – 476 d.C.) – com 77 imperadores.

A Monarquia Romana
Durante a monarquia, Roma era governada por um rei (chefe militar, religioso e juiz) e suas funções eram fiscalizadas pelo Senado (conselho de velhos cidadãos ricos) e pela Assembleia Curial (formada por soldados organizados em cúrias de dez tribos). 

São conhecidos sete reis romanos: Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquínio Prisco (o Antigo), Sérvio Túlio e Tarquínio (o Soberbo). Provavelmente deve ter existidos outros reis, porém não há comprovação histórica. Dos reis citados acima quatro eram italiotas e os três últimos eram etruscos. 

A sociedade era formada por patrícios (grandes proprietários de terras, os ricos) com todos os direitos políticos e sociais, os clientes (apadrinhados pelos patrícios de quem dependiam), plebeus (homens e mulheres livres, artesãos e camponeses) eram a maioria e os escravos (prisioneiros de guerra). 

Apesar dos progressos que Roma vinha alcançando com a Monarquia, no reinado de Tarquínio as famílias romanas poderosas (os patrícios) ficaram insatisfeitas com as medidas adotadas por esse rei etrusco em favor dos plebeus. 

Para controlar diretamente o poder em Roma, os patrícios, que formavam o Senado, rebelaram-se contra o rei, expulsando-o estabelecendo uma nova organização política: a República.


A República Romana
Com a instalação da República, os patrícios organizaram uma estrutura social e administrativa que lhes permitia exercer domínio sobre Roma e desfrutar os privilégios do poder. 

Os patrícios controlavam quase a totalidade dos altos cargos da República. Esses cargos eram exercidos por dois cônsules e outros importantes magistrados. Na chefia da República os cônsules eram auxiliados pelo Senado, composto por trezentos destacados cidadãos romanos. Havia, ainda, a Assembleia dos Cidadãos, manobrada pelos ricos patrícios. 

Embora os plebeus constituíssem a maioria da população, eles não tinham direito de participar das decisões políticas. Tinham deveres a cumprir: lutar no exército, pagar impostos etc. 

A segurança de Roma dependia de um exército forte e numeroso. Os plebeus eram indispensáveis na formação do exército, uma vez que constituíam a maior parte da população. 
Conscientes disso e cansados de tanta exploração, os plebeus recusaram-se a servir o exército, o que representou duro golpe na estrutura militar de Roma. Iniciaram uma longa luta política contra os patrícios, que perdurou por mais de um século. Lutaram para conquistar direitos, como o de participar de decisões políticas, exercer cargos da magistratura ou casar-se com patrícios. 

Para retornar ao serviço militar, os plebeus fizeram várias exigências aos patrícios e conquistaram direitos. Entre eles encontrava-se a criação de um comício da plebe, presidido por um tribuno da plebe. 

A pessoa do tribuno da plebe seria inviolável, pessoa protegida contra qualquer violência ou ação da justiça. Ela teria também poderes especiais para cancelar quaisquer decisões do governo que prejudicassem os interesses da plebe. 

Outras importantes conquistas obtidas pela plebe foram:
•Lei das Doze Tábuas (450 a.C.);
•Lei Canuleia (445 a.C.);
•Eleição dos magistrados plebeus (362 a.C.);
•Proibição da escravidão por dívidas (366 a.C.).

A luta política entre patrícios e plebeus não chegou a desestabilizar o poder republicano. Prova disso é que a República romana expandiu notavelmente seu território através de várias conquistas militares. 

As primeiras evidências da expansão militar consistiram no domínio completo da península itálica. Mais tarde, tiveram inicio as guerras contra Cartago (cidade no norte da África), conhecidas como Guerras Púnicas. Posteriormente veio a expansão pelo mundo antigo. 

As conquistas militares acabaram levando a Roma à riqueza dos países dominados. O estilo de vida romano, antes simples e modesto, tornou-se luxuoso e requintado, com a construção de grandes casas, utilização pelos patrícios de roupas finas, melhora e diversificação da alimentação, contato e a influência de outras culturas como a grega, por exemplo, a formação de grandes propriedades rurais controladas pelos patrícios e migração dos plebeus para as cidades em principal, Roma que passou a sofrer com problemas de miséria e revoltas urbanas. 
O crescente aumento do número de plebeus pobres e miseráveis tornou-se cada vez mais tensa a situação social e política em Roma, pois os ricos comerciantes e grandes proprietários rurais não queriam conceder nenhuma reforma social que permitisse a diminuição de seus privilégios. 

Com o agravamento da crise, tradicionais instituições foram questionadas, e um clima de desordem e agitação foi tomando conta da vida das cidades. Diversos chefes militares entraram, sucessivamente, em luta pelo poder, marcando o processo de transição para o império. Entre os principais acontecimentos desse processo destacam-se:

•Em 107 a.C., o general Caio Mário tornou-se cônsul. Reformou o exército, instituindo o pagamento de salário (soldo) para os soldados. 

•Em 82 a.C., o general Cornélio Sila, representando a nobreza, derrotou Caio Mário e instituiu um governo ditatorial. 

•Em 79 a.C., Sila foi forçado a deixar o poder devido a seu estilo antipopular de governo, pois a situação social estava incontrolável. 

•Em 60 a.C. estabeleceu-se o Primeiro Triunvirato, formado por Crasso, Julio César e Pompeu para governar Roma. Pouco tempo depois de assumir o poder, Crasso foi assassinado. Surgiu, então, séria rivalidade entre Pompeu e Julio César. César saiu vitorioso e tornou-se ditador supremo de Roma. Promoveu, durante o seu governo, diversas reformas sociais para controlar a situação. Em 44 a.C. foi assassinado por uma conspiração organizada por membros do Senado. 

•Em 43 a.C., estabeleceu-se o Segundo Triunvirato, composto por Marco Antonio, Otávio e Lépido. O poder foi dividido entre os três: Lépido ficou com os territórios africanos, mas depois foi forçado a retirar-se da política; Otávio ficou responsável pelos territórios ocidentais; e Marco Antonio assumiu o controle dos territórios do Oriente. Surgiu intensa rivalidade entre Otavio e Marco Antonio, que se apaixonara pela rainha Cleópatra, do Egito. Declarando ao Senado que Marco Antonio pretendia formar um império no Oriente, Otavio conseguiu o apoio dos romanos para derrotá-lo. Assim, tornou-se o grande senhor de Roma. 

Otávio após derrotar Marco Antônio e a rainha do Egito Cleópatra, concentrou em suas mãos tantos títulos e poderes doados pelo senado como imperator(chefe do exército) e augusto (divino) que se tornou imperador no ano 27 a.C.


O Império Romano - Alto Império (27 a.C. - 235 d.C.)
 Otávio Augusto tornou-se, na prática, rei absoluto de Roma. Mas não assumiu oficialmente o título de rei e permitiu que as instituições republicanas (Senado, Comício Centurial e Tribal etc.) continuasse existindo na aparência. 

Durante o longo governo de Otávio Augusto (27 a.C.-14 d.C.), uma série de reformas sociais administrativas foi realizada. Roma ganhou em prosperidade econômica. O imenso império passou a desfrutar um período de paz e segurança, conhecido como Pax Romana. 

Após a morte de Otavio Augusto, o trono romano foi ocupado por vários imperadores, que pode ser agrupados em quatro dinastias:
Dinastia dos Julios-Claudius (14-68): Tibério, Calígula, Claudio e Nero;
Dinastia dos Flávios (69-96): Vespasiano e Domiciano;
Dinastia dos Antoninos (96-192): Nerva, Trajano, Adriano, Marco Aurélio, Antinino Pio e Cômodo.
Dinastia dos Severos (193-235): Sétimo, Severo, Caracala, Macrino, Heliogábalo e Severo Alexandre.

Baixo Império (235-476)
Esse período corresponde à fase final do período imperial. Costuma ser subdividido em: 

Baixo Império pagão (235-305): período em que dominava as religiões não cristãs. Destacou-se o reinado de Diocleciano, que dividiu o governo do enorme império entre quatro imperadores (tetrarquia) para facilitar a administração. Esse sistema de governo, entretanto não se consolidou. 

Baixo Império Cristão (306-476): nesse período, destacou-se o reinado de Constantino, que através do Edito de Milão, concedeu liberdade religiosa aos cristãos. Consciente dos problemas de Roma, Constantino decidiu mudar a capital do império para a parte oriental. Para isso remodelou a antigaBizâncio (cidade fundada pelos gregos) e fundou Constantinopla, que significava "cidade de Constantino”. 

A cidade de Roma foi umas das maiores do mundo antigo com mais de 1 milhão de habitantes. No império, o número de plebeus, ex-escravos e homens livres desempregados era muito grande. As revoltas sociais eram frequentes. Para acalmar um pouco essa população, os imperadores distribuíam regularmente trigo à população pobre e os alegravam com espetáculos de teatro, circo e lutas de gladiadores. 

Para sustentar um grande império que exigiam enormes gastos públicos administrativos e militares, foi necessário o aumento de impostos, desagradando às elites, a falta de escravos com o fim das conquistas militares, a violência e miséria das cidades romanas foram as principais causa da crise que levou ao fim do império romano no século V. 

O Baixo Império foi sendo corroído por uma longa crise social, econômica e política. Para piorar ainda mais a situação, os romanos tiveram de enfrentar a pressão dos povos bárbaros. 

Chegou um momento em que os romanos perceberam que os soldados encarregados de defender Roma vinham dos próprios povos contra os quais eles (romanos) combatiam. 

Com a morte de Teodósio, em 395, o grande império Romano foi dividido em: Império Romano do Ocidente, com sede em Roma; e Império Romano do Oriente, com sede em Constantinopla. 

A finalidade dessa divisão era fortalecer cada uma das partes do império para vencer a ameaça das invasões bárbaras. Entretanto, o Império Romano do Ocidente não teve organização interna para resistir aos sucessivos ataques dos povos bárbaros. 

Em 476, o último imperador de Roma, Rômulo Augusto, foi deposto por Odoacro, rei do hérulos, um dos povos bárbaros. 

Quanto ao Império Romano do Oriente, embora com transformações, sobreviveu até 1453, ano em que os turcos conquistaram Constantinopla. A cultura ocidental tem suas origens na Roma antiga. Várias línguas modernas como o português, espanhol, francês, romeno e italiano, falado por quase um bilhão de habitantes em todo o mundo surgiram do latim, língua falada pelos romanos, o direito romano inspirou as constituições atuais, o cristianismo uma das maiores religiões da atualidade foi religião oficial nos últimos anos do império romano, arquitetura de igrejas e aquedutos, teatro, escultura, literatura, o mecenato, forma de se administrar um grande império, etc.

fonte: http://fazendohistorianova.blogspot.com.br/

Império Romano - parte 1 e 2




Formação das Monarquias Nacionais

Um mundo dividido...


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Origem e consequências das Invasões bárbaras


A desordem política e a disseminação do cristianismo foram dois fatores que, somados às Invasões Bárbaras, foram responsáveis pela crise do Império Romano. Esse processo de ocupação foi realizado pelos bárbaros, povos que eram assim chamados pelos romanos por viverem fora dos territórios do Império e não falarem latim. Foi com a introdução das tradições dos bárbaros, também chamados germânicos, que o mundo feudal ganhou suas primeiras feições.


INVASÕES BÁRBARAS



Habitando as regiões fronteiriças ao Império Romano, os povos bárbaros foram penetrando os territórios de Roma em um processo lento e gradual. Inicialmente, dado o colapso da estrutura militar e as constantes guerras civis, os imperadores romanos realizavam acordos, pelos quais os bárbaros ganharam o direito de habitar essas regiões. Em troca, eles defendiam a fronteira da invasão de outros povos. Esses primeiros bárbaros, incorporados ao mundo romano, ficaram conhecidos como federados.



Somente nos séculos IV e V que esse processo de invasão ganhou feições mais conflituosas. Com a pressão exercida pelos tártaro-mongóis (hunos), os povos bárbaros começaram a intensificar o processo de invasão do Império Romano. Entre os principais povos responsáveis pela fragmentação do Império podemos destacar os visigodos, ostrogodos, anglo-saxões, francos, suevos e turíngios. Com a invasão dos hérulos, em 476, houve a deposição do último imperador romano, Rômulo Augusto, que já tinha descendência germânica.



O processo das invasões bárbaras foi de grande importância para que o Império Romano e seu conjunto de valores e tradições passassem por um processo de junção com a cultura germânica. Dessa maneira, a Idade Média, além de ser inaugurada pelo estabelecimento dos reinos bárbaros, também ficou marcada pela mistura de instituições e costumes de origem romana e germânica.



Os Povos Bárbaros



Para os romanos "bárbaro" era todo aquele que vivia além das fronteiras do Império Romano e, portanto, não possuía a cultura romana.



De origem discutida, ocupavam uma região chamada Germânia e se subdividiam em vários povos: borgundios, vândalos, francos, saxões, anglos, lombardos, godos e outros.



Nos séculos IV e V os principais povos bárbaros se deslocaram em direção ao Império Romano, empurrados pelos Hunos que vinham do oriente, levando pânico e destruição aonde chegavam. Esse processo acabou por precipitar a fragmentação do império, já decadente devido a crise do escravismo e a anarquia militar.



Quem foram os hunos (século V)



“Os historiadores antigos mal mencionam os hunos. Eles habitam nas margens do Mar Glacial. Sua ferocidade supera tudo.



Não cozinham nem temperam o que comem. Alimentam-se de raízes silvestres ou da carne do primeiro animal que aparece, carne esta que esquentam por algum tempo, sobre o dorso de seu cavalo, entre suas próprias pernas. Não possuem abrigo. Entre eles não se usam casas, nem túmulos. Não encontraríamos nem mesmo uma cabana. Passam a vida percorrendo as montanhas e as florestas. São endurecidos desde o berço contra o frio, a tome e a sede. Mesmo em viagem, não entram em habitação sem necessidade absoluta e não se creem nunca em segurança.



Não têm reis nem governantes, mas obedecem a chefes, eleitos em cada circunstância. Quando se lançam ao combate, sol­tam no ar uma gritaria terrível.”



Amiano Marcelino. Res gestae. Transcrito por Courcelle, Pierre. História literária das grandes invasões germânicas. Petrópolis, Vozes, 1955, pp. 151-152.



CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS REINOS ROMANO-GERMÂNICOS OU BÁRBAROS

- Economia: baseada na caça, na pesca, na agricultura rudimentar e nos saques de guerra.
- Sociedade: tribal (tribos autônomas e independentes), leis baseadas na oralidade e nos costumes, as decisões eram tomadas em assembleias  o poder político era descentralizado, ausência de um Estado organizado.
- Religião: Politeísta, culto aos ancestrais e as forças da natureza, cada tribo tinha crenças e costumes diferentes.

 A medida que penetravam na Europa, os bárbaros fundaram diversos reinos como o Visigodo,  Ostrogodo, o Vândalo e o Franco. A cultura bárbara foi pouco a pouco se misturando a romana, dando origem a novos idiomas e costumes.   

 Formação dos Povos Bárbaros 
A decadência do Império Romano do Ocidente foi acelerada pela invasão de POVOS BÁRBAROS. “ Bárbaros ” era a denominação que os romanos davam aqueles que viviam fora das fronteiras do Império e não falavam o latim.
Entre os povos bárbaros, os germanos foram os mais significativos para a formação da Europa Feudal. A sua organização política era bastante simples. Na época de paz eram governados por uma assembléia de guerreiros, formada pelos homens da tribo. Essa assembléia não tinha poderes legislativos e suas funções restringiam-se à interpretação dos costumes. Também decidia as questões de guerra e de paz ou se a tribo deveria migrar para outro local. Na época de guerra, a tribo era governada por uma instituição denominada COMITATUS. Era a reunião de guerreiros em torno de um líder militar, ao qual todos deviam total obediência. Esse líder era eleito e tomava o título de HERZOG .
Os germanos viviam de uma agricultura rudimentar, da caça e da pesca. Não tendo conhecimento das técnicas agrícolas, eram SEMI-NÔMADES, pois não sabiam reaproveitar o solo esgotado pelas plantações. A propriedade da terra era COLETIVA e quase todo trabalho era executado pelas mulheres. Os homens, quando não estavam caçando ou lutando, gastavam a maior parte de seu tempo bebendo ou dormindo A sociedade era patriarcal, o casamento monogâmico e o adultério severamente punido. Nalgumas tribos proibia-se até o casamento das viúvas. O direito baseava-se nos costumes. A religião era politeísta e adoravam as forças da natureza. Os principais deuses eram: Odin , o protetor dos guerreiros; Thor , o deus do trovão; e Freia , a deusa do amor. Acreditavam que somente os guerreiros mortos em combate iriam para o Valhala , uma espécie de paraíso. As Valquírias , mensageiras de Odin , visitavam os campos de batalha, levando os mortos. As pessoas que morriam de velhice ou doentes iriam para o reino de Hell , onde só havia trevas e muito frio. Devido à expansão do Império, a partir do século I, os romanos mantinham contato pacífico com povos bárbaros, principalmente os germanos. Muitos destes povos migraram para o Império Romano e chegaram a ser utilizados no exército como mercenários. Porém, no século V, os germanos foram pressionados pelos belicosos hunos,de origem asiática,que se deslocaram em direção à Europa e atacaram os germanos, levando-os a fugir. Estes acabaram por invadir o Império Romano, que enfraquecido pelas crises e guerras internas, não resistiu às invasões e decaiu.
Principais reinos bárbaros que se formaram na Europa

Entre os principais temos:

Reinos dos Visigodos: situado na península ibérica, era o mais antigo e extenso. Os visigodos ocupavam estrategicamente a ligação entre o Mar Mediterrâneo e o oceano Atlântico, que lhes permitia a supremacia comercial entre a Europa continental e insular. 

Reino dos Ostrogodos: localizam-se na península Itálica. Os ostrogodos se esforçaram para salvanguardar o patrimônio artistico-cultural de Roma. Restauraram vários monumentos, para manter viva a memória romana. Conservaram a organização político-administrativa imperial, o Senado, os funcionários públicos romanos e os militares godos. 

Reino do Vândalos: o povo vândalo atravessou a Europa e fixou-se no norte da África. Nesse reino houve perseguição aos cristãos, cujo resultado foi a migração em massa para outros reinos, provocando falta de trabalhadores, e uma diminuição da produção. 

Reino dos Suevos: surgiu a oeste da península Ibérica e os suevos viviam da pesca e da agricultura. No final do século VI, o reino foi absorvido pelos visigodos, que passaram a dominar toda península. 

Reino dos Borgúndios: os borgúndios migraram da Escandinavia, dominaram o vale do Ródano até Avinhão, onde fundaram o seu reino. Em meados do século VI, os borgúndios foram dominados pelos francos. 

Reino do Anglo-Saxões: surgiu em 571, quando os saxões venceram os bretões e consolidaram-se na região da Bretanha. 

No processo de invasão e formação dos reinos bárbaros, deu-se ao mesmo tempo, a "barbarização" das populações romanas e a "romanização" dos bárbaros. Na economia, a Europa adotou as práticas econômicas germânicas, voltada para a agricultura, onde o comércio era de pequena importância. 

Apesar de dominadores, os bárbaros não tentaram destruir os resquícios da cultura romana; ao contrario, em vários aspectos assimilaram-na e revigoraram-na. Isso se deu, por exemplo, na organização política. Eles que tinham uma primitiva organização tribal, adotaram parcialmente a instituição monárquica, além de alguns mecanismos e normas de administração romana. Muitos povos bárbaros adotaram o latim com língua oficial. Os novos reinos converteram-se progressivamente ao catolicismo e aceitaram a autoridade da Igreja Católica, à cabeça da qual se encontrava o bispo de Roma. 

Com a ruptura da antiga unidade romana, a Igreja Católica tornou-se a única instituição universal européia. Essa situação lhe deu uma posição invejável durante todo o medievalismo europeu.

Pratica dos Povos Bárbaros 


A principal atividade econômica dos bárbaros era o cultivo de trigo, feijão, cevada, ervilha e a criação de gado para obtenção de couro, carne e leite, entretanto, os bárbaros utilizavam a guerra e a pilhagem como forma de adquirir bens.

Sua religião era politeísta e Odin, o deus do vento e da guerra, seu principal representante. Eles acreditavam que após a morte os bravos guerreiros iriam desfrutar de um paraíso, como uma vida após a morte.

Diversos aspectos da cultura bárbara iriam compor todo o cenário da Idade Média visto que sua arte e cultura influenciaram muitos aspectos deste período principalmente na arquitetura e religião.


A Formação dos Reinos Bárbaros 

A decadência do Império Romano do Ocidente foi acelerada pela invasão de povos bárbaros. Bárbaros era a denominação que os romanos davam aqueles que viviam fora das fronteiras do Império e não falavam o latim. Dentre os grupos bárbaros destacamos os:

Germânicos: de origem indo-européia, habitavam a Europa Ocidental. As principais nações germânicas eram: os vigiados, ostrogodos, vândalos, bretões, saxões, francos etc.

Eslavos: provenientes da Europa Oriental e da Ásia, compreendiam os russos, tchecos, poloneses, sérvios, entre outros.


Tártaro-mongóis: eram de origem asiática. Faziam parte deste grupo as tribos dos hunos, turcos, búlgaros, etc. 


Características gerais dos Germânicos 





Entre os povos bárbaros, os germânicos foram os mais significativos para a formação da Europa Feudal. 

A organização política dos germânicos era bastante simples. Em época de paz eram governados por uma assembléia de guerreiros, formada pelos homens da tribo em idade adulta. Essa assembléia não tinha poderes legislativos e suas funções se restringiam à interpretação dos costumes. Também decidia as questões de guerra e de paz ou se a tribo deveria migrar para outro local. 

Em época de guerra, a tribo era governada por uma instituição denominada comitatus. Era a reunião de guerreiros em torno de um líder militar, ao qual todos deviam total obediência. Esse líder era eleito e tomava o título de Herzog. 

Os germânicos viviam de uma agricultura rudimentar, da caça e da pesca. Não tendo conhecimento das técnicas agrícolas, eram seminômades, pois não sabiam reaproveitar o solo esgotado pelas plantações. A propriedade da terra era coletiva e quase todo trabalho era executado pelas mulheres. Os homens, quando não estavam caçando ou lutando, gastavam a maior parte de seu tempo bebendo ou dormindo 

A sociedade era patriarcal, o casamento monogâmico e o adultério severamente punido. Em algumas tribos proibia-se até o casamento das viúvas. O direito era consuetudinário, ou seja, baseava-se nos costumes. 

A religião era politeísta e adoravam as forças da natureza. Os principais deuses eram: Odim, o protetor dos guerreiros; Tor, o deus do trovão; e Fréia, a deusa do amor. Acreditavam que somente os guerreiros mortos em combate iriam para o Valhala, uma espécie de paraíso. As Valquírias, mensageiras de Odin, visitavam os campos de batalha, levando os mortos. As pessoas que morriam de velhice ou doentes iriam para o reino de Hell, onde só havia trevas e muito frio. 

Fontes: Historie Net e Historia do Mundo povosbarbaros1.blogspot.com.br