História 8º ano A
e B
Pesquise sobre a
Revolução Francesa e seus desdobramentos.
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sobre a Revolução Francesa.
Resumo
Dentre os
principais acontecimentos e informações relativos à Revolução Francesa, podem
ser destacados:
·
A
Revolução Francesa retirou sua base ideológica dos ideais iluministas.
·
Antes da
revolução, a França era uma monarquia absolutista governada por Luís XVI.
·
A França
vivia uma intensa crise econômica durante as décadas de 1770 e 1780, e essa, em
partes, motivou o início da revolução.
·
O estopim
que espalhou o ímpeto revolucionário pela França foi a Queda da Bastilha, que
aconteceu em 14 de julho de 1789.
·
Ao longo
da revolução, a França viveu as seguintes fases: Assembleia Nacional
Constituinte, Assembleia Legislativa, Convenção Nacional e Diretório.
·
Os
principais partidos eram girondinos, defensores de que medidas conservadoras
fossem realizadas, e jacobinos, defensores de que profundas transformações
sociais, econômicas e políticas acontecessem.
·
Durante o
período do terror, os jacobinos, liderados por Maximilien Robespierre,
guilhotinaram milhares de opositores.
·
Os
girondinos derrubaram os jacobinos do poder por meio de um golpe conhecido como
Reação Termidoriana.
·
A
Revolução Francesa encerrou-se por meio do golpe organizado por Napoleão
Bonaparte e conhecido como Golpe do 18 de Brumário.
Causas
A Revolução Francesa foi resultado direto da crise que a França vivia no final
do século XVIII. A insatisfação popular (com
a crise econômica e política que o país vivia) aliou-se com os interesses da burguesia em implantar no país as
ideias do Iluminismo como forma de combater
os privilégios da aristocracia francesa.
No final do século XVIII, a França era uma monarquia
absolutista em
que o rei era Luís XVI. O poder de Luís XVI, como
em todo regime absolutista, era pleno, e a sociedade francesa era dividida em
grupos sociais muito bem definidos. A composição social da França era a
seguinte:
·
Primeiro Estado:
clero;
·
Segundo Estado:
nobreza;
·
Terceiro Estado:
restante da população.
Essa
divisão social na França tinha uma clara desigualdade social, uma vez que
Primeiro e Segundo Estados possuíam privilégios que não se estendiam ao
Terceiro Estado. O destaque vai para as isenções de impostos que ambas as
classes possuíam e para o direito de alguns nobres de poderem cobrar impostos
dos camponeses que trabalhavam em suas terras.
O Terceiro Estado, por sua vez, era um grupo
bastante heterogêneo, isto é, composto por diferentes grupos, como a burguesia
e os camponeses (os segundos correspondiam a 80% da população francesa). Os
camponeses viviam na pobreza ao passo que a aristocracia francesa vivia uma
vida de luxo. Para os burgueses, os privilégios da aristocracia do país eram um
entrave para o desenvolvimento de seus negócios. A desigualdade social é a primeira causa da
revolução.
Toda essa situação de desigualdade agravou-se com a
crise social que existia na França. A crise econômica francesa era motivada
pelos elevados gastos do país (o governo francês gastava
20% a mais do que arrecadava). Esses gastos foram agravados pelo envolvimento do país em conflitos no exterior. A
existência de privilégios de classe no país
também contribuía para a crise.
A crise econômica na França aumentava a pressão,
principalmente, para as classes de baixo, uma vez que o custo de vida aumentou,
a oferta de empregos foi reduzida, e os impostos cobrados pela nobreza
aumentaram. Essa situação, em si, já era o suficiente para levar os camponeses
à fome, mas, em 1788 e 1789, o país ainda enfrentou um inverno rigoroso, que prejudicou as colheitas e
contribuiu para que o alimento ficasse mais caro ainda.
Tentativas
de reforma haviam sido propostas, mas não avançaram porque a aristocracia
francesa havia mostrando-se resistente às possibilidades de reformas que
viessem a retirar parte de seus privilégios. Assim, em 1789, a França vivia uma
situação complicada, pois a crise econômica era grave, e a pobreza e a fome
levaram a população a um estado de quase rebelião.
O resultado encontrado pela nobreza francesa foi
convocar os Estados Gerais, uma reunião criada na França feudal e que era
convocada só em momentos de emergência. Essa saída era agradável para a
aristocracia francesa, pois, nos moldes antigos do Estado Geral, Primeiro e
Segundo Estados uniam-se contra o Terceiro Estado.
O Terceiro Estado,
porém, não estava disposto a manter-se nos Estados Gerais dentro dos moldes em
que ele funcionava em tempos passados. Com isso, foi proposto pelos
representantes desse Estado uma alteração no funcionamento dos Estados Gerais.
Em vez de o voto ser por Estado, foi proposto que ele fosse individual, isto é,
todos os membros dos Estados (incluindo os mais de 500 do Terceiro Estado)
teriam direito ao voto.
O rei francês não aceitou a proposta e, assim, o
Terceiro Estado rompeu com os Estados Gerais e fundou a Assembleia Nacional Constituinte, com o propósito de redigir uma
Constituição que proporia mudanças para a França, tornando-a uma monarquia
constitucional. Quando Luís XVI tentou fechar a Constituinte à força, a
população parisiense rebelou-se em sua defesa.
No dia 12 de julho de 1789,
a população francesa tomou as ruas de Paris. No dia 13, foi criado
uma Comuna para governar Paris e uma Guarda Nacional, espécie de
milícia popular. No dia 14, a população partiu para
tomar armas e pólvora do governo e, com isso, atacou a Bastilha, antiga
fortaleza convertida em prisão que era usada para aprisionar opositores dos
reis franceses.
No dia 14 de julho, então,
houve a Queda da Bastilha, em que a população francesa invadiu
e tomou o controle da prisão que era o símbolo da opressão absolutista. Depois
disso, a revolução espalhou-se pelo país, alcançando novas cidades e chegando
ao campo.
• Iluminismo
A Revolução Francesa inspirou-se nos ideais
iluministas, que defendiam que a autoridade deveria basear-se na razão. Os iluministas defendiam ideais como liberdade e constitucionalismo,
eram fortes defensores da separação entre Igreja e Estado e,
além disso, eram opositores da monarquia absolutista e defensores do método científico. As revoluções burguesas do século
XVIII — americana e francesa — tiraram dos ideais iluministas a sua base
ideológica.
Etapas da Revolução Francesa
Depois da Queda da Bastilha, o processo de
revolução espalhou-se pela França e estendeu-se pelos dez anos seguintes, sendo
somente encerrado quando Napoleão Bonaparte assumiu o poder do país por meio
do Golpe de 18 de Brumário. A Revolução Francesa pode ser
dividida dentro do período das instituições políticas que atuaram no país:
• Assembleia Constituinte e Assembleia
Legislativa
Trata-se
do período inicial da Revolução Francesa, o qual foi marcado por grandes
transformações, por meio da redação de uma Constituição para a França e pela
atuação da Assembleia Legislativa. Após a Queda da Bastilha, muitos camponeses,
no interior do país, temendo ficar sem alimentos e muito endividados, partiram
para o ataque.
Esse foi o período do Grande Medo, que ocorreu entre julho e agosto de
1789, e durante o qual camponeses começaram a atacar aristocratas e suas
propriedades. Assim, residências da nobreza foram invadidas, saqueadas e
destruídas, cartórios foram atacados para que os títulos de propriedade fossem
destruídos etc. Os camponeses exigiam o fim de alguns impostos e maior acesso
aos alimentos.
A burguesia francesa, temendo esse ímpeto popular,
resolveu tomar decisões que aceleraram as transformações na França e que tinham
como objetivo principal controlar o povo. Assim, no dia 4 de agosto de 1789,
foi decretada a abolição dos direitos feudais que
existiam na França. No mesmo mês, foi convocada a redação da Constituição e foi
anunciada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
No dia 4 de agosto de 1789, os parlamentares da Assembleia Constituinte
aboliram os privilégios oriundos do Antigo Regime da França.
Esse foi um dos documentos mais importantes da
Revolução Francesa e, na teoria, decretava
que todos os seres humanos eram iguais perante a lei. No entanto, é importante
considerar que essa ideia de igualdade, para os liberais do século XVIII,
estendia-se apenas ao âmbito jurídico e não alcançava uma dimensão
democratizante como o nome do documento pode sugerir.
Nesse contexto de radicalização popular, a classe
média e a burguesia francesa assumiram posições conservadoras para controlar a
ação do povo. A nobreza e o clero, por sua vez, começaram a fugir da França,
pois temiam tudo que acontecia no país. Essa aristocracia francesa começou a
ser abrigada nas nações absolutistas vizinhas, sobretudo na Áustria e Prússia.
Essa nobreza também começou a planejar a contrarrevolução,
com o objetivo de reverter tudo que acontecia na França.
Até mesmo o rei francês, sentindo-se ameaçado,
organizou sua fuga da França, em 1791, com sua esposa, Maria Antonieta. Luís XVI,
porém, foi reconhecido quando estava em Varennes, próximo à
fronteira com a França, e reconduzido para a Paris. Antes disso, ele e sua
esposa tinham sido obrigados a abandonarem o Palácio de Versalhes e
a instalarem-se no Palácio de Tulherias.
Além de atacar os privilégios da nobreza, a
burguesia francesa também se voltou contra o clero. Isso aconteceu por meio
da Constituição Civil do Clero, aprovada em 1790. Essa
medida legal promoveu a separação do Estado e da Igreja e tentou colocar a
segunda sob a autoridade do primeiro, uma vez que os padres tinham de jurar
obediência ao Estado. Essa medida e outras tomadas contra o clero lançaram-no
para o esforço contrarrevolucionário.
Os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte
estenderam-se até 1791, quando, finalmente, foi promulgada a Constituição da
França. No texto da Constituição, determinava-se o fim da monarquia absoluta e
estipulava-se que a França era transformada em uma monarquia constitucional. Isso decepcionou uma ala mais
popular da revolução que almejava que o país fosse transformado em uma república democrática.
A atuação
conservadora da burguesia francesa à frente da Assembleia Constituinte é
exemplificada pelo historiador Eric Hobsbawm no seguinte trecho que aborda os
objetivos econômicos e políticos dessa classe:
Economicamente
as perspectivas da Assembleia Constituinte eram inteiramente liberais: sua
política em relação aos camponeses era o cerco das terras comuns e o incentivo
aos empresários rurais; para a classe trabalhadora, a interdição dos
sindicatos; para os pequenos artesãos, a abolição dos grêmios e corporações
[…]. A Constituição de 1791 rechaçou a democracia excessiva através de um
sistema de monarquia constitucional baseada em um direito de voto censitário
dos “cidadãos ativos” reconhecidamente bastante amplo.|1|
Com a Constituição de 1791, a Assembleia
Constituinte encerrou seu período de funcionamento e foi substituída pela Assembleia Legislativa. Nessa
assembleia, consolidaram-se dois grupos políticos que possuíam visões bastante
diferentes a respeito dos rumos da revolução. Os girondinos eram parte da burguesia que acreditava
que as grandes mudanças necessárias já tinham acontecido e, por isso, possuíam
uma visão mais conservadora. Já os jacobinos eram membros da burguesia que
acreditavam que as mudanças deveriam ser ainda mais
radicais do que as que estavam em curso.
A primeira reunião da Assembleia Legislativa
iniciou-se em 8 de outubro de 1791, e a atuação dessa instituição durou até 7
de setembro de 1792. Nesse período, a França teve de lidar com a ação
estrangeira contra a revolução, pois Áustria e Prússia, liderando os esforços contrarrevolucionários,
invadiram o país e forçaram a França a declarar guerra a ambos.
A ação de
Áustria e Prússia contra a França deveu-se pelo fato de que o processo
revolucionário francês era visto como grande ameaça por todas as nações
absolutistas da Europa. Com a guerra, os jacobinos declararam “pátria em
perigo”, uma vez que as tropas estrangeiras aproximavam-se de Paris, e a
população francesa começava a se armar para resistir.
A guerra também contribuiu para a radicalização da
revolução e deu início a uma fase conhecida como Terror. Esse clima de guerra fez com que os jacobinos e
os sans-culottes tomassem a frente da
revolução, e, com isso, a monarquia francesa acabou sendo derrubada pelos sans-culottes, instaurando-se a República em 1792.
• Convenção
A Convenção Nacional iniciou seus trabalhos a
partir de 20 de setembro de 1792 e substituiu a Assembleia Legislativa. Os
participantes da Convenção Nacional foram eleitos por sufrágio universal masculino, e, com ela, a França transformou-se em
uma República. Antes da posse da Convenção, o rei francês havia sido capturado
e feito prisioneiro. Daí surgiu um grande debate: a execução do rei.
Esse debate dividiu a Convenção com os girondinos
defendendo que o rei fosse exilado enquanto os jacobinos defendiam que o rei
fosse executado. O destino do rei e de sua esposa foi decidido quando foram
encontrados documentos que atestavam o envolvimento de Luís XVI com o rei
austríaco. Resultado: Luís XVI e
Maria Antonieta foram acusados de traição e guilhotinados
em 1793.
Com o endurecimento da guerra, a França ficou sob o
controle dos jacobinos, que contavam com o apoio popular. Os jacobinos criaram
o Comitê de Salvação Pública, instituição em que eles
tomavam as decisões mais importantes da França. Iniciou-se uma intensa
perseguição a todos aqueles que, aos olhos jacobinos, representavam uma ameaça
à revolução. O regicídio foi uma dessas execuções voltadas para os que
conspiravam contra a revolução.
Os
jacobinos conseguiram colocar as massas populares sob seu controle, mas a
situação da guerra agravou-se com a execução de Luís XVI. As nações
absolutistas europeias ficaram indignadas com a execução do rei e reagiram
formando uma coalizão para derrubar a revolução na França. Esse grande exército
contrarrevolucionário era financiado pela Inglaterra.
O período em que os jacobinos, sob a liderança
de Maximilien Robespierre, estiveram
à frente da revolução ficou conhecido como Terror. O nome faz
menção à perseguição dos opositores por meio da Lei dos
Suspeitos, que julgava e condenava aqueles considerados
traidores com morte na guilhotina. Estima-se que cerca de 17 mil pessoas tenham
sido mortas nesse período em cerca de 14 meses.
Apesar da
radicalidade, os jacobinos conseguiram resolver problemas imediatos da França,
pois estabilizaram o valor da moeda francesa, aumentaram o exército francês
gastando menos, conseguiram derrotar as tropas que tinham invadido a França e
conseguiram estabilizar a situação das rebeliões pelo país.
De toda forma, essa atuação radical dos jacobinos
gerou uma natural reação dos grupos conservadores da França. Assim, os
girondinos conspiraram e articularam, com o apoio da alta burguesia da França,
um golpe contra os jacobinos conhecido como Reação Termidoriana e
que aconteceu em 1794. Com esse golpe contra os
jacobinos, muitas medidas tomadas por eles foram revertidas, e a liderança
jacobina (incluindo Robespierre) foi sumariamente guilhotinada.
• Diretório
O Diretório substituiu a Convenção em
1795 durante um período em que a revolução esteve nas mãos dos girondinos e da
alta burguesia francesa. As medidas mais radicais tomadas pelos jacobinos foram
revogadas, inclusive retorno do voto censitário.
Nesse momento, os girondinos usaram frequentemente da força para conter o povo
e resistiram a inúmeras tentativas de golpes.
A
situação da França permaneceu instável e isso fez com que a alta burguesia
francesa visse no autoritarismo uma esperança para resolver a situação da
França. A população estava insatisfeita, a economia estava ruim, e a guerra
continuava a ameaçar o país, então a ditadura foi vista como solução.
A imagem de uma figura forte e autoritária surgiu
como possibilidade de resolução dos problemas franceses e disso nasceu o apoio
a Napoleão Bonaparte, general do exército francês que
liderava as tropas francesas contra as coalizões internacionais. Com isso,
Napoleão organizou um golpe e tomou o poder em um evento conhecido como Golpe do 18 de Brumário, que aconteceu em 1799.
Consequências
A
Revolução Francesa estendeu-se por dez anos e, nesse período, uma série de
transformações aconteceu naquele país. As transformações trazidas pela
Revolução Francesa, porém, não se mantiveram apenas na França e espalharam-se
pelo mundo. Elas foram:
·
Fim dos
privilégios da aristocracia (nobreza e clero) na França;
·
Queda do
absolutismo em toda a Europa;
·
Inspirou
os movimentos de independência na
América,
sobretudo das nações colonizadas pela Espanha;
·
Popularizou
a república como forma de governo;
·
Popularizou
a ideia de separação dos poderes;
·
Garantiu
a aplicação dos ideais liberais de liberdade individual do lema “todos os
homens são iguais perante a lei”;
·
Consolidou
o nacionalismo enquanto ideologia de reconhecimento do dever patriótico.
Fonte:
Disponível em: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/revolucao-francesa.htm>.
Acesso em: 16 mar. 2020.
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